Verdades que libertam os relacionamentos
- Jonatas Oliveira
- 9 de jun.
- 3 min de leitura
Atualizado: 21 de jul.

Sobre o que é este post:
Desmistificação do amor ideal ou "perfeito".
Na cultura popular, o amor é frequentemente envolto por mitos sedutores. São ideias romantizadas que, apesar de parecerem inofensivas, podem gerar frustrações profundas e expectativas irreais.
Desconstruir essas fantasias não significa negar a beleza dos vínculos afetivos, mas sim permitir que eles encontrem embasamento em algo mais verdadeiro, possível e duradouro.
A seguir, vamos explorar algumas dessas crenças populares que podem sabotar relacionamentos reais e maduros. Vamos refazer um caminho e encontrar reflexões mais saudáveis sobre o amor e a convivência.
“Alma gêmea” é um mito!

A ideia de que existe uma única “alma gêmea” destinada a nós, uma pessoa perfeita, complementar e sem falhas, é encantadora... mas irreal.
Essa crença pode dificultar a aceitação do outro em sua humanidade: com erros, contradições, histórias e limites. Relacionamentos não são encontros mágicos entre metades perfeitas, mas construções conjuntas entre pessoas imperfeitas que se escolhem dia após dia.
A verdade é que há muitas possíveis compatibilidades ao longo da vida. O que realmente importa é encontrar alguém com quem você possa partilhar valores e projetos. E que deseje caminhar ao seu lado com comprometimento e honestidade.
“Paixão eterna” é um mito!

Nos estágios iniciais do relacionamento, a paixão parece infinita. Há adrenalina, fascínio, desejo constante. Mas esse estado alterado da consciência amorosa não é feito para durar indefinidamente. E é bom que seja assim!
Com o tempo, a relação entra em uma fase mais estável, em que o afeto se transforma em intimidade, cumplicidade e parceria. O declínio da paixão não significa o fim do amor; significa a transição para uma forma mais madura e profunda de vínculo.
E sim, é possível reacender o desejo e a excitação: por meio de experiências novas, momentos significativos e disposição mútua para redescobrir um ao outro com curiosidade.
“Felizes para sempre” é um mito!

Relacionamentos não seguem uma linha reta e ascendente. Eles são feitos de ciclos, rupturas, reconciliações, aprendizados e fases diversas. A felicidade conjugal não é um estado permanente, mas um processo dinâmico.
A chave está na disposição de crescer juntos, acompanhar as transformações do outro, e cultivar flexibilidade frente aos desafios inevitáveis. Nem todos os momentos serão leves, mas isso não invalida a relação, desde que haja presença, escuta e esforço mútuo.
“Adivinhar o que o outro pensa” é um erro clássico!

A suposição de que o verdadeiro amor “adivinha” o que sentimos é enganosa. Muitos casais acreditam que, se o outro realmente os ama, saberá o que se passa em seu interior, sem necessidade de explicações.
Essa ideia promove frustração e pode ser perigosa quando incentiva o silêncio. O amor não confere poderes telepáticos. A comunicação clara e aberta é o que permite que o outro nos compreenda e se conecte com nossas emoções de forma verdadeira.
Falar sobre o que sentimos e precisamos é um gesto de confiança e maturidade relacional.
Competição no casal destrói a parceria.

Embora a queixa mais comum em relacionamentos seja a “falta de comunicação”, muitas vezes o problema está na lógica da competição: “Eu fiz isso, agora é a sua vez”; “Você não se esforça tanto quanto eu”.
Essa mentalidade coloca os parceiros em lados opostos, como se estivessem competindo entre si, em vez de colaborando para uma vida comum. O relacionamento vira um jogo onde um precisa ser melhor que o outro.
Mas num vínculo saudável, ambos estão no mesmo time. Se um se esgota, o outro também será afetado. Às vezes, será necessário buscar apoio externo ou simplesmente aceitar que algumas tarefas ficarão para depois, o que é normal. Proteger a relação é mais importante do que ganhar uma disputa de casal.
Ignorar os problemas não faz eles sumirem.

É comum que casais evitem conversas difíceis no início, acreditando que o amor será suficiente para superar qualquer divergência. Mas, na realidade, existem conflitos que são crônicos e não desaparecem com o tempo, apenas se transformam ou se intensificam.
Por isso, é fundamental identificar se as diferenças entre vocês são solucionáveis ou perpétuas. Algumas questões (valores, estilo de vida, objetivos pessoais…) precisam ser discutidas com honestidade desde o início.
Não se trata de concordar em tudo, mas de compreender se é possível conviver com as divergências sem comprometer o bem-estar e o respeito mútuo.
Finalmente é importante que o casal não compre ideias irreais sobre relacionamentos perfeitos. Cada um de nós carrega uma história e continua a construí-la na relação e com a parceria. Portanto, a “receita de bolo” é muito particular e tentar pegar uma receita pronta pode ser um desastre.
Amar é real e exige realismo!

Amar não é viver um conto de fadas. É encarar o outro com lucidez e afeto, sabendo que ele não veio para completar nossas faltas, mas para compartilhar caminhos. Amar é negociar, aprender, perdoar, recomeçar.
Quanto mais desmitificamos o amor, mais espaço damos para que ele floresça de verdade.
Contribuição de Jonatas Oliveira para este espaço.
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