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  • Foto do escritor: Amanda Claudino
    Amanda Claudino
  • 31 de ago.
  • 3 min de leitura

Você já ouviu falar em pré-natal psicológico?

Enviado por:

A gestação é um período de grandes mudanças no corpo de quem gesta, iniciando com oscilações hormonais que desencadeiam mudanças tais como: maior sensibilidade nas mamas, aumento de mamas, aumento de peso, retenção de líquidos e grande cansaço (pelo constante e exaustivo trabalho de construir e manter as funções de outro corpo). 


Algumas pessoas podem apresentar náuseas ou desejos por comidas não convencionais. Muitas enfrentam oscilações de humor. Tudo isso é normal do processo de gestar, mas nem sempre temos conhecimento sobre isso, nem apoio para lidar com tais questões. 


Para a manutenção da saúde física da gestante e do bebê, temos o acompanhamento pré-natal estabelecido como direito na Constituição Federal de 1988 e em 2023, a Lei 14.721 que altera o Estatuto da Criança e do Adolescente e garante assistência psicológica pelo SUS durante a gestação, no parto e no pós-parto.  


Mas do que se trata o Pré-Natal Psicológico? 


Mãe e filho

Pela lei mencionada, a assistência psicológica à gestante deve “desenvolver atividades de educação, de conscientização e de esclarecimentos a respeito da saúde mental da mulher no período da gravidez e do puerpério”. 


E quais são as condições de saúde mental mais comuns na gestação? 


As oscilações de humor causadas pelas mudanças hormonais, mudanças no corpo e as demandas de vida que surgem ao longo da gestação trazem sensação de insegurança, medos e gera muita ansiedade nas mulheres. Esta situação pode desencadear picos de ansiedade, humor depressivo e em caso de gestantes que já possuem predisposição a algum transtorno psicológico, a gestação é um momento de vida que pode desencadear tais condições. 


Como a educação em saúde pode ajudar às gestantes? 


Saber quais sintomas e sentimentos estão relacionados a algum transtorno pode ajudar a entender se o que a pessoa está sentindo está dentro do esperado para o momento de vida, ou se já se caracteriza como transtorno mental.


Um exemplo é que muitas mulheres acham que ficar triste e com humor deprimido após a gestação é errado e sofrem em silêncio, com medo do julgamento. No entanto, de 10 a 16% das mulheres podem apresentar sintomas de Depressão Pós-Parto, situação que pode se prolongar muitos anos após o parto, caso não exista nenhum tipo de tratamento. 


Que outros temas podem ser tratados no Pré-Natal Psicológico? 


Em geral, trabalhamos questões relacionadas às expectativas em relação ao bebê que está a caminho:


  • Os sentimentos relacionados à gestação

  • Mitos e idealizações acerca da maternidade e da paternidade

  • Aspectos relacionados à auto-imagem e mudanças corporais

  • Medos relacionados à gestação

  • Rede apoio

  • Direitos relacionados à gestação

  • Tipos de parto

  • Planejamento do parto

  • Possíveis intercorrências da gestação

  • Violência obstétrica

  • Mitos relacionados à maternidade

  • Visão social da maternidade

  • Amamentação

  • Transtornos emocionais durante a gestação e no pós-parto

  • Questões relacionadas ao trabalho

  • Paternidade, avosidade, etc.


Estes são alguns dos temas que podem ser trabalhados de forma individual e em grupo, mas dependendo das demandas de cada gestante, o profissional de saúde mental pode tratar de outros temas mais específicos, tais como a perda gestacional, divórcio, organização financeira, entre outros.


A ideia é que sejam trabalhados temas que preparem gestantes e rede de apoio para as dificuldades que eles já estão enfrentando e que percebem que estão por vir. 


E o Pré-Natal para os pais, existe? 


Pai e filho

Sim! A Política Nacional de Saúde do Homem orienta que os profissionais da saúde incluam os pais nos cuidados pré-natais, que incentive que eles acompanhem a realização de exames, que sejam os acompanhantes durante o parto, que sejam orientados em relação aos riscos da gestação, do vínculo e dos cuidados com o bebê, da divisão de tarefas com a mãe, com o autocuidado em saúde, seus direitos e deveres enquanto responsável pela criança, entre outros.  


Além disso, existe a Lei Federal nº 11.770/2008 que amplia a licença parternidade em 15 dias além dos 5 dias obrigatórios, e ter este tempo a mais é primordial para vinculação com a criança e para dar suporte à mãe. 


Enfim, é perceptível que o fazer o pré-natal psicológico traz muito mais segurança para gestantes e familiares, tornando este momento de vida mais tranquilo e diminuindo os riscos de intercorrências durante a gestação.


Se tiver alguma dúvida sobre o tema, procure um profissional da psicologia qualificado e/ou verifique se já existem grupos de pré-natal psicológico na sua região.



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