- Lorena Pessoa
- 30 de ago.
- 2 min de leitura

O que é reabilitação neurocognitiva e por que ela é tão importante?
Enviado por:
O diagnóstico de um transtorno neurocognitivo costuma vir acompanhado de muitas dúvidas e medos: “É possível recuperar o que foi perdido?” “A doença vai parar de avançar?” “Existe algo que possa ajudar além dos remédios?”
Embora ainda não haja cura para a maioria dessas condições, a reabilitação neurocognitiva é uma intervenção cientificamente embasada que oferece benefícios reais para quem convive com declínio cognitivo — seja leve ou mais avançado.
O que é, exatamente, reabilitação neurocognitiva?
De forma geral, trata-se de um conjunto de técnicas e estratégias, planejadas individualmente, com o objetivo de:
Estimular e fortalecer as funções cognitivas que ainda estão preservadas;
Treinar e recuperar habilidades que estão parcialmente comprometidas;
Ensinar o paciente a usar estratégias compensatórias para lidar com as dificuldades no dia a dia.
Essa intervenção não é apenas “fazer exercícios de memória”. É um trabalho clínico estruturado, realizado por psicólogos especializados (e, em alguns casos, junto de outros profissionais), que leva em conta:
O quadro clínico e tipo de transtorno neurocognitivo;
O grau de comprometimento cognitivo;
As necessidades, hábitos, rotina e preferências do paciente;
O contexto familiar e social em que está inserido.
Quais funções podem ser estimuladas?
Atenção e concentração;
Funções executivas (planejar, organizar, resolver problemas);
Linguagem e comunicação;
Orientação espacial e temporal.
Tudo isso é feito por meio de atividades estruturadas, jogos terapêuticos, exercícios escritos, uso de tecnologias e, principalmente, adaptação de tarefas do cotidiano para que sejam mais acessíveis.
Por que falar em “reabilitação” se não há cura?

Porque mesmo que a doença continue avançando, a intervenção pode:
Ajudar a manter a autonomia pelo maior tempo possível;
Retardar o impacto funcional do declínio cognitivo;
Melhorar a autoestima, segurança e qualidade de vida;
Diminuir sintomas emocionais, como ansiedade e depressão;
Facilitar a rotina da família e cuidadores.
Ou seja, trata-se de cuidar da pessoa, não apenas do sintoma, oferecendo mais dignidade e bem-estar no dia a dia.
E o papel da psicoterapia?
Muitos idosos enfrentam medo, tristeza ou revolta ao perceberem as próprias limitações cognitivas.
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) pode ajudar no processo de aceitação, no manejo de emoções difíceis, na redução de pensamentos negativos automáticos e no estímulo de hábitos que favorecem saúde mental e funcionalidade.
A reabilitação neurocognitiva vai além de treinar a memória: ela olha para a pessoa de forma integral, considerando cérebro, emoções, ambiente e relações.
É uma intervenção baseada em ciência e construída com sensibilidade, que busca oferecer mais autonomia, qualidade de vida e esperança, mesmo diante de um diagnóstico que, por si só, costuma trazer medo e insegurança.













Comentários