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Alta psicológica é uma decisão em conjunto.

  • Foto do escritor: Jonatas Oliveira
    Jonatas Oliveira
  • há 4 dias
  • 4 min de leitura
Psicologia, Alta, Dependência

Sobre o que é este post:

Neste texto, vamos explorar quando é hora de ficar, a hora de ir e a hora de voltar.


A terapia é uma jornada que fazemos para nos fortalecer e nos tornar mais independentes. Mas, nesse caminho, a relação com o psicólogo pode ter diferentes nuances. Entender quando é hora de "se dar alta" ou “receber alta”, quando podemos estar criando um laço de dependência com o terapeuta, ou quando a ajuda profissional ainda é crucial, é fundamental para que a terapia continue sendo um recurso positivo e útil.


Quando estamos prontos para caminhar com as próprias pernas?


A alta psicológica acontece quando chegamos a um ponto em que nos sentimos bem, nos conhecemos melhor e temos recursos internos para lidar com os desafios da vida por conta própria. É o "final feliz" esperado de um processo terapêutico bem-sucedido.


Psicologia, Alta, Dependência

A alta é uma alternativa viável quando:


  • Você se sente mais confiante e tem uma boa autoestima.

  • Consegue tomar suas próprias decisões sem depender tanto dos outros.

  • Lida com as emoções sem precisar da aprovação de todo mundo o tempo todo.

  • Consegue estabelecer limites saudáveis nos seus relacionamentos.

  • Sente-se bem no dia a dia e tem mais clareza sobre o que quer da vida.


A alta não significa que você nunca mais terá problemas, mas sim que você possui as ferramentas emocionais para encará-los. A decisão de encerrar a terapia é construída em conjunto com o terapeuta, após uma conversa sincera e uma análise do quanto você evoluiu.


Psicologia, Alta, Dependência

Pode acontecer dependência emocional do psicólogo?


Sim. Às vezes, a relação com o terapeuta pode desviar do caminho e se transformar em dependência emocional. É como se a pessoa não se sentisse capaz de viver sem o psicólogo, e isso acaba atrapalhando o verdadeiro objetivo da terapia.


É crucial avaliar as expectativas em relação ao terapeuta, para que este não seja visto como um amuleto.


Sinais de que pode estar rolando uma dependência emocional na terapia:


  • Dificuldade de tomar decisões sem a aprovação do psicólogo.

  • Necessidade de aprovação, atenção ou contato constante com o terapeuta.

  • Sentir que a terapia é o único lugar onde se tem apoio e anular quaisquer outras fontes importantes.

  • Ficar muito ansioso só de pensar em receber alta, mesmo percebendo que não existem mais demandas.

  • Não aplicar na vida o que aprendeu na terapia apenas para prolongar o tratamento.


Essas situações não só impedem que você se torne uma pessoa mais independente, como podem colocar o terapeuta no papel de "salvador". Ter alguém com esse peso não é saudável e vai contra a ética profissional.


É papel do psicólogo perceber isso, conversar com sensibilidade e, principalmente, trabalhar as causas dessa dependência em sua vida. E o paciente também deve ter a liberdade para expressar esses sentimentos quando eles surgirem.


É importante ressaltar que algumas condições clínicas podem ser confundidas com dependência, especialmente devido à necessidade inicial ou em momentos de crise de um suporte mais intenso.


A distinção reside no fato de que, em situações de sofrimento psicológico, há um diagnóstico claro, enquanto na dependência emocional o que se sobressai é a busca incessante por contato com uma pessoa específica, já não mais motivada pelo tratamento.


Psicologia, Alta, Dependência

Quando é realmente necessário permanecer na psicoterapia?


Nem todo sofrimento precisa de terapia, mas há momentos em que a ajuda profissional é fundamental. A necessidade real de acompanhamento psicológico surge quando a pessoa tem sintomas persistentes que atrapalham muito a vida pessoal, social ou profissional.


São sinais de que a terapia é uma boa ideia:


  • Ansiedade, depressão, ataques de pânico, medos intensos (fobias).

  • Problemas constantes nos relacionamentos.

  • Baixa autoestima, sensação de ser inútil ou de se autossabotar.

  • Comportamentos que te machucam, impulsividade ou vícios.

  • Dificuldade de concentração, falta de vontade crônica, bloqueios no trabalho ou nos estudos.


Nesses casos, a terapia oferece um espaço seguro e com conhecimento técnico para que a pessoa possa entender o que a faz sofrer, criar novas formas de lidar com a vida e se reconectar com seu potencial de mudança.


O tratamento psicológico também pode ser procurado para autoconhecimento, orientação parental, vocacional e questões específicas. Nesses casos, a busca ocorre quando o paciente encontra dificuldades em lidar com essas questões por conta própria.



Psicologia, Alta, Dependência

A alta psicológica é uma vitória


O desejo de partir nem sempre indica que é o momento da alta, assim como a vontade de permanecer não significa que a continuidade seja o melhor caminho.


A alta psicológica é uma vitória; a dependência emocional, um alerta que precisa ser trabalhado; e a necessidade real de terapia, um convite ao autocuidado com responsabilidade.


Saber a diferença entre essas situações exige um olhar atento do terapeuta, uma relação madura na terapia e o compromisso de ajudar a pessoa a ser mais autônoma.


Para você, paciente, entender esses três momentos também é se tornar protagonista do seu próprio processo: reconhecer quando é hora de continuar, quando é hora de partir e quando é hora de voltar, com sabedoria e consciência.

A terapia não é um lugar para ficar para sempre, mas um espaço de passagem, de construção e, acima de tudo, de fortalecimento.

Contribuição de Jonatas Oliveira para este espaço.


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