Você precisa saber a verdade sobre a psicoterapia.
- Jonatas Oliveira
- 2 de mai.
- 3 min de leitura

Sobre o que é este post:
A importância de buscar ajuda adequada na saúde mental, refletir sobre a responsabilidade individual na mudança de comportamento e entender o processo terapêutico como um exercício contínuo que exige disciplina, autocompreensão e ações práticas.
Se você nunca esteve em um processo terapêutico ou já tentou por apenas algumas sessões, talvez este texto te traga novas perspectivas para recomeçar ou se encorajar para a primeira experiência. A verdade é que não são todas as pessoas que precisam de terapia, mas até quem "não precisa" pode se beneficiar quando encara a jornada com o cuidado devido.
E quem precisa não é fraco por isso. Simplesmente a psicologia é uma ciência que, através da psicoterapia, oferece uma série de tratamentos necessários para a Saúde Mental. Não se pode negar essa necessidade. Assim como não se pode negar a necessidade de qualquer outro tratamento de saúde.
Diante disso, deixa eu te falar outras verdades:
Você vai escolher o melhor caminho.
Quando falamos de tratamento em saúde mental, é fundamental lembrar: não estamos falando de um contrato vitalício. Se você sente que o profissional que te atende não é o mais adequado, você tem, sim, todo o direito de procurar outro. O objetivo é encontrar alguém com quem você consiga estabelecer um vínculo de confiança e desenvolvimento. Você não deve permanecer em uma relação que não gera crescimento. Mesmo que essa relação seja com um psicólogo.
É importante entender também que, na saúde mental, não existe cura definitiva. O que fazemos é um tratamento. Transtornos mentais são condições que exigem acompanhamento contínuo, responsabilidade e comprometimento do paciente.
Se você percebe que "nenhum psicólogo é bom" ou “nenhum psicólogo está te dando resultados”, vale a reflexão: será que o problema está mesmo nos profissionais?
Não há técnica que ajude a quem não quer ser ajudado. A resistência ao tratamento pode ser um dos maiores obstáculos para a mudança do quadro clínico. Se você vai ao tratamento com muitas travas, elas devem ser trabalhadas lá e não devem limitar a sua melhora.
Você vai receber informações desconfortáveis.
Receber um diagnóstico de transtorno mental pode ser aliviador para quem precisa de um nome para o que sente. Isso porque dar nome ao que se sente pode proporcionar compreensão e acolhimento. Mas, por outro lado, pode gerar mais sofrimento para quem não quer acreditar naquele diagnóstico. Isso acontece porque a pessoa depara-se com uma nova realidade, repleta de desafios e informações desconfortáveis.
Mas qualquer sentimento não deve ser negado, julgado ou escondido no processo. Eles servem para te ajudar. Se eles surgiram na terapia o melhor a fazer é expor e trabalhar com eles.
Você vai precisar fazer terapia por você.
O desejo de mudança deve partir da própria pessoa. Ou seja, você não vai pedir para alguém procurar um psicólogo e marcar a sessão para você. E sobre os outros, você pode apoiar, encorajar, estar presente, mas não pode fazer o trabalho por ninguém. Obrigar alguém a mudar, controlar seus atos ou se sacrificar esperando reconhecimento são armadilhas dolorosas e ineficazes.
Você vai precisar se comprometer.
O processo não dá certo quando falta compromisso, quando há omissão, quando há mentiras, quando você simplesmente resolve “fingir” que está ali tentando, sem se abrir de fato. Quanto menos fazemos por nós, menos conseguimos avançar. E quanto mais adiamos agir, mais difícil se torna quebrar o ciclo. Afinal, você está ali no consultório para alcançar evolução. Não é mesmo?
A terapia é um espaço seguro para um “treinamento” das realidades que você vai encarar na sua vida. Não basta apenas ir às sessões. É fundamental levar para o cotidiano o que se aprende: exercitar, praticar, tentar de novo e melhorar.
Por fim, vá! Não tenha medo de tentar, errar, experimentar. Você certamente encontrará a melhor abordagem, o melhor vínculo, a melhor opção para você. Só não deixe de se cuidar.
Vamos começar?
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