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  • Foto do escritor: Jonatas Oliveira
    Jonatas Oliveira
  • 13 de set.
  • 3 min de leitura

Essas funções podem apresentar particularidades que impactam o dia a dia.

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As funções executivas são um conjunto de habilidades cognitivas de alto nível que nos permitem planejar, organizar, iniciar e completar tarefas, além de regular nosso comportamento e emoções. Na Neurodivergência, como no Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e no Transtorno do Espectro Autista (TEA), essas funções podem apresentar particularidades que impactam o dia a dia. Vamos explorar três delas: Inibição, Flexibilidade Cognitiva e Hiperfoco.


A Inibição funciona como o nosso “freio mental”


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A Inibição é a capacidade de controlar impulsos, pensamentos irrelevantes e comportamentos inadequados. Ela atua como um "freio mental", impedindo-nos de agir ou falar impulsivamente, de nos distrairmos facilmente ou de sermos dominados por pensamentos intrusivos.


Quando temos dificuldades com a inibição, essas dificuldades podem aparecer de diferentes formas:


Dificuldade em inibir impulsos: 

Pode manifestar-se como falar sem pensar, interromper os outros, dificuldade em esperar a vez, ou tomar decisões precipitadas.


Dificuldade em inibir distrações: 

O ambiente externo (sons, movimentos) ou interno (pensamentos) pode ser avassalador, dificultando a concentração em uma tarefa específica.


Dificuldade em inibir respostas: 

Em algumas situações, pode haver uma tendência a reagir de forma exagerada a estímulos, ou dificuldade em "desligar" de um estado emocional.


É importante compreender quais são as dificuldades apresentadas nos diagnósticos clínicos de Neurodivergência e qual a intensidade delas para que o melhor tratamento seja apresentado. Daí a importância de uma boa avaliação psicológica e um bom acompanhamento.


A Flexibilidade Cognitiva é a nossa capacidade de adaptação.


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A capacidade de se adaptar a novas situações, alternar entre tarefas, mudar de perspectiva e encontrar soluções criativas para problemas. É essa habilidade que nos permite superar obstáculos quando os planos não saem como esperado: Flexibilidade Cognitiva.


Na Neurodivergência a Flexibilidade Cognitiva se torna um “desafio”.

  • Dificuldade em mudar de tarefa: 

    Uma vez engajado em uma atividade, pode ser difícil transitar para outra, mesmo que seja necessário.

  • Rigidez de pensamento: 

    Preferência por rotinas e estruturas bem definidas, com desconforto ou ansiedade diante de mudanças inesperadas.

  • Dificuldade em ver múltiplas perspectivas: 

    Pode haver uma tendência a se apegar a uma única forma de pensar ou resolver um problema, com dificuldade em considerar outros pontos de vista.

  • Dificuldade em planejar e antecipar: 

    A transição entre etapas de um planejamento pode ser desafiadora, especialmente se houver imprevistos.


Tudo isso significa que o planejamento do dia, as formas de se relacionar com os outros e as necessidades pessoais podem se tornar muito específicas e qualquer alteração gera um sofrimento psicológico importante. Quando compreendemos a diferença entre “má educação” e crises, o manejo muda e a tendência é a melhora do quadro clínico.


O Hiperfoco é como uma “super concentração”.


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Imagine que você está tão focado em algo que o mundo ao seu redor simplesmente desaparece. Você não ouve, não vê, não sente o tempo passar. É como se você entrasse numa bolha onde só existe você e aquilo que está fazendo. Isso é o Hiperfoco!


Na Neurodivergência é possível observar:

  • Dificuldade em iniciar tarefas: 

    Paradoxalmente, a mesma intensidade que permite o hiperfoco pode dificultar o início de tarefas que não são imediatamente interessantes.

  • Dificuldade em "desligar" do hiperfoco: 

    Quando é preciso parar uma atividade em que se está hiperfocado, pode haver resistência, frustração ou até mesmo desorganização.

  • Negligência de outras necessidades: 

    Durante o hiperfoco, necessidades básicas como comer, dormir ou interagir socialmente podem ser esquecidas.

  • Concentração seletiva: 

    A atenção pode ser direcionada de forma muito intensa para interesses específicos, tornando difícil focar em assuntos considerados menos estimulantes.


Os sinais nem sempre são tão claros, mas nada que um olhar clínico não consiga enxergar. A vida da pessoa com um diagnóstico pode ser muito mais difícil quando o cuidado é negligenciado ou quando ela recebe um tratamento inadequado por não se ter clareza do que está realmente acontecendo.


Também é importante notar que essas características não são exclusivas de pessoas neurodivergentes e que a intensidade e a frequência com que se manifestam podem ser significativamente diferentes. 


Compreender essas nuances é fundamental para oferecer suporte adequado, desenvolver estratégias de enfrentamento e promover um ambiente mais inclusivo e adaptado às necessidades individuais.


Se você se percebe “diferente” pode ser importante avaliar os impactos disso no seu cotidiano e, com cuidado, tudo fica mais fácil.


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