- Jonatas Oliveira
- 9 de nov.
- 3 min de leitura
Você recebeu uma recomendação para iniciar o uso de medicação em conjunto com seu tratamento psicológico? Aqui estão algumas informações importantes:
Enviado por:
Em primeiro lugar, o uso de medicamentos psicotrópicos é uma das ferramentas mais importantes no cuidado em saúde mental. Eles atuam diretamente sobre os neurotransmissores, que são substâncias químicas responsáveis pela comunicação entre os neurônios e que auxiliam na regulação de processos emocionais, cognitivos e fisiológicos.
Em muitos tratamentos, esse “encaminhamento” é essencial e acontece em conjunto com o acompanhamento psicológico que garante a segurança e eficácia do tratamento de modo geral.
O que o médico psiquiatra receitou?

Ansiolíticos e Calmantes:
São medicamentos que agem potencializando a ação do GABA (ácido gama-aminobutírico), o principal neurotransmissor inibitório do sistema nervoso central (SNC).
O GABA tem efeito depressor sobre a atividade cerebral, ajudando a reduzir a agitação, induzir o sono e proporcionar sensação de relaxamento.
O que vai acontecer?
Como resultado, os sintomas físicos e psíquicos da ansiedade (tremores, sudorese, taquicardia, pensamentos acelerados, dificuldade de concentração e sensação de desprazer) tendem a diminuir.
No entanto, o uso prolongado dos benzodiazepínicos não é recomendado. Eles podem levar à tolerância (quando o corpo passa a precisar de doses maiores para obter o mesmo efeito), exigindo cuidado rigoroso na prescrição e na retirada gradual, sempre sob supervisão médica. Por isso, é importante seguir as orientações profissionais.

Se você vai usar Antidepressivos:
Saiba que eles atuam principalmente sobre dois neurotransmissores fundamentais para o equilíbrio emocional: serotonina e noradrenalina. Diferentemente do que muitos pensam, esses medicamentos não provocam uma “falsa alegria”, mas restabelecem o equilíbrio do humor para que emoções como tristeza ou euforia sejam vivenciadas dentro de limites saudáveis.
O objetivo dos antidepressivos é evitar que a pessoa permaneça em estados de sofrimento intenso, desproporcional ou sem motivo aparente, caracterizados por sintomas como perda de apetite, insônia, crises de choro, culpa excessiva, dificuldade de concentração ou desinteresse generalizado.
Embora sejam frequentemente prescritos em casos de depressão, também podem auxiliar no tratamento de transtornos de ansiedade, TOC, transtornos alimentares e transtornos do pânico. Seu efeito, no entanto, é gradual e costuma aparecer após cerca de quatro semanas de uso contínuo.
Por isso, em alguns casos, são combinados temporariamente com benzodiazepínicos para o controle inicial dos sintomas.

E, se no seu caso, houve a inserção de Antipsicóticos:
Eles bloqueiam a ação de determinados neurotransmissores, especialmente a dopamina, relacionada à motivação, ao prazer e à sensação de recompensa. Essa regulação é fundamental em quadros psicóticos, em que há distorções significativas da realidade.
Esses medicamentos ajudam a controlar sintomas como alucinações auditivas (vozes que criticam, insultam ou ordenam comportamentos) e delírios, frequentemente de cunho persecutório, nos quais a pessoa acredita estar sendo vigiada, enganada ou vítima de conspirações.
Seu uso deve ser monitorado cuidadosamente, pois atua em funções cerebrais complexas e pode causar efeitos colaterais significativos se utilizado de forma inadequada. Mais uma vez: é necessário acompanhamento profissional!
Para não esquecer!
A medicação deve ser parte de um plano terapêutico amplo, que inclua acompanhamento psicológico, estratégias de autocuidado, mudanças de hábitos e suporte social.
Medicamentos não substituem o processo terapêutico, mas o complementam, quando bem indicados e monitorados. Igualmente, terapia não anula a necessidade de medicação. Quando o quadro clínico requer mais do que as intervenções psicológicas, é importante não ignorar.
Não fique com dúvidas.
Pergunte, peça para repetir, informe-se, só não deixe de se cuidar como você merece e precisa.













Comentários