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O desejo de controlar o incontrolável

  • Foto do escritor: Jonatas Oliveira
    Jonatas Oliveira
  • 30 de mai.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 21 de jul.


Ansiedade

Sobre o que é este post:

A ansiedade e o processo de cuidado


Ansiedade


Se existe um tempo certo para todas as coisas, não adianta ter pressa ou resistência. O tempo não responde ao que exigimos dele e não se preocupa com as nossas vontades. Ele é soberano. É justamente na tentativa de domá-lo que nasce a ansiedade.


Disfuncionalidade


A ansiedade é esse mal-estar silencioso que abate a alma, paralisa os gestos e adoece a vida. A ansiedade se alimenta de um esvaziamento de sentido, de um modo mecânico de existir, focado no imediatismo, na exigência por resultados e pautado por promessas que raramente estão no aqui e agora.


Quando a ansiedade atinge níveis disfuncionais, ela distorce a percepção, afasta o olhar da realidade e projeta-se em expectativas grandiosas, muitas vezes inalcançáveis. Resultado? Frustração. E ela vem em avalanche.


Descanso


Esperar um pouco é libertador! Não como um gesto de pessimismo e desilusão, mas como uma escolha lúcida. É preciso escolher ter menos expectativas e mais presença. Quando baixamos as nossas expectativas, avaliamos com mais clareza. Diminuímos o terreno fértil para decepções. E isso é sabedoria, não desistência.


Quando cultivamos a consciência de quem somos, do que sentimos e por onde transita nossa vida interior, isso torna a ansiedade mais suportável. É possível mantê-la em um patamar que nos impulsione ao encontro com o mundo, com o outro e com os detalhes da vida cotidiana, sem exigir demais de nós mesmos.

Porque quando ela se transforma em resposta às pressões de ser “bom”, “inteligente” ou “bem-sucedido”, torna-se prisão. E onde há prisão, há afastamento da própria essência.


Acolhimento


Não compartilhe sua dor com quem não tem maturidade emocional para acolher. Quando não há escuta genuína, suas angústias correm o risco de se tornarem fofoca, ruído ou invisibilidade.


Saber lidar com a ansiedade não é eliminá-la, mas aprender a dialogar com ela. É entender que ela tem algo a nos dizer sobre as nossas faltas, os nossos excessos, os nossos medos e as nossas fantasias.


A ansiedade nasce do desejo por um futuro idealizado e da crença persistente de que o presente não é o bastante. É uma sensação de dívida permanente com algo que nem se sabe ao certo o que é.


Por isso, acolha a sua ansiedade, mas não se torne refém dela. Seja inteligente e hierárquico na relação com ela. Dê-lhe o lugar certo, nem mais, nem menos.


Aceitação


Sim, a ansiedade faz parte da experiência humana. Mas a intensidade com que se manifesta depende de múltiplos fatores: genética, história de vida, ambiente familiar, contextos sociais e culturais. Não é fraqueza, é complexidade.


E como toda complexidade, exige atenção, cuidado e uma escuta profunda. Você não precisa negar a ansiedade ou anestesiá-la sempre que ela chegar. É necessário aceitar a condição humana, a vulnerabilidade, as emoções e os sentimentos. É necessário se aceitar para trabalhar da melhor maneira possível com o que se tem.


Até a dor precisa ser assumida, se quisermos curá-la.


Vamos cuidar das nossas ansiedades?


Contribuição de Jonatas Oliveira para este espaço.


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