- Jonatas Oliveira
- 25 de ago.
- 3 min de leitura
A psicoterapia tornou-se um tópico comum nas conversas entre amigos, frequentemente recomendada como uma necessidade universal. Mas essa percepção nem sempre existiu.
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A forma como a humanidade compreendeu a saúde mental mudou radicalmente ao longo dos séculos. Antes da consolidação da psicologia como ciência, os estados de sofrimento psíquico eram interpretados sob o prisma dos mitos, da religião ou da moralidade.
A “loucura” era vista como castigo divino, possessão demoníaca ou falha moral, e quem a apresentava, muitas vezes, era marginalizado e submetido a tratamentos que variavam da superstição à violência.
Antigamente…
Antigamente, havia uma mistura de Mitologia com Religião para tratar das questões de Saúde Mental. Na Grécia Antiga, acreditava-se que distúrbios mentais resultavam da ira dos deuses ou de forças espirituais. O comportamento fora do comum era associado à possessão ou à influência divina, reforçando explicações sobrenaturais.
Depois disso, surgiu a mistura da Filosofia e Moralidade para dar conta do que não sabíamos explicar e não conseguíamos “conter”. Com o avanço da filosofia, emergiu a concepção de que a loucura poderia ser entendida como desvio social ou moral. Essa perspectiva justificava a segregação daqueles que não se ajustavam às normas vigentes.
A loucura no passado
As primeiras instituições destinadas a internar pessoas consideradas “loucas” não tinham a cura como objetivo, mas a retirada do convívio social. E os métodos aplicados refletiam a incompreensão da complexidade psíquica: duchas frias, sangrias, máquinas giratórias e até chicotadas eram usados como “terapia”.
Acontecia também o isolamento em instituições asilares que reforçava a exclusão, afastando o indivíduo de sua família e da sociedade, sem um plano terapêutico estruturado.
A ciência
Muito antigamente, Hipócrates já havia proposto que o sofrimento psíquico não era obra dos deuses, mas que se tratava de um fenômeno natural com origem no cérebro.
Essa visão pioneira abriu espaço para abordagens mais racionais. E, avançando no tempo, com o avanço da medicina, se incentivou o estudo sistemático dos sintomas, tratando os transtornos mentais como distúrbios cerebrais e inaugurando uma etapa de cientificidade na compreensão da mente.
Hoje
Hoje, a psicologia se encontra em um ponto de convergência entre tradições consolidadas e novas tecnologias. A prática clínica se expande para o ambiente digital, ao mesmo tempo em que dialoga com pesquisas em neurociência, farmacologia e inteligência artificial.
Já há oferta de tratamento online, que se tornou uma alternativa acessível, especialmente em sistemas públicos, ampliando o alcance do atendimento psicológico; avançamos em pesquisas com psicodélicos, realizadas sob rigor ético e supervisão profissional, que mostram resultados promissores; e descobrimos e usamos ferramentas de IA, que começam a ser integradas às pesquisas e à prática clínica, exigindo que psicólogos desenvolvam uma relação crítica e ética com essas tecnologias.
Também nos comprometemos com a justiça social, defendendo políticas que ampliem o acesso aos cuidados em saúde mental e combatam desigualdades estruturais.
O nosso foco
Mais do que tratar sintomas, a psicologia de hoje se volta para a prevenção, promovendo práticas de autocuidado e fortalecimento emocional.
Se antes a saúde mental era território de mitos e punições, hoje é campo de ciência, cuidado e promoção de bem-estar. A psicologia não apenas acompanha as transformações sociais e tecnológicas, mas também assume o compromisso de humanizar o futuro, integrando prevenção, ciência e ética em prol de uma vida mais saudável e significativa.
Em um mundo em constante transformação, onde somos simultaneamente agentes e receptores de mudanças, a psicologia se destaca por seu papel crucial. Ela oferece um olhar científico sobre a nossa humanidade, sem desconsiderar as particularidades e necessidades individuais que nos tornam únicos.



















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