top of page
  • Foto do escritor: Jéssyca Martins
    Jéssyca Martins
  • 22 de out.
  • 2 min de leitura

De que maneira o progresso tecnológico e a cultura do imediatismo afetam nossa capacidade de nos mantermos presentes no momento atual?

Enviado por:

Vivemos em uma era em que as telas nos cercam por todos os lados: celulares cada vez mais tecnológicos, tablets, notebooks e até relógios digitais que nos mantêm conectados o tempo todo. Sem perceber, fomos sendo tomados pela lógica da produtividade, aquela que nos convence de que não podemos parar, de que o valor está em fazer sempre mais. Nesse movimento, acabamos nos desconectando de nós mesmos. Tornamo-nos parte de uma sociedade que não tem tempo para simplesmente ser, existir e sentir.


A pressa cotidiana nos atropela e, na tentativa de dar conta de tudo, deixamos de acolher o que há dentro de nós. Quando surge a tristeza, tentamos abafá-la; quando aparece a raiva, buscamos escondê-la. Mas será que é permitido sentir? No processo psicoterapêutico, especialmente sob uma abordagem fenomenológica, há um convite para o encontro consigo mesmo, um espaço em que o outro pode se ver, se acolher e simplesmente ser. Essa experiência é profundamente valiosa, pois nos lembra que não é possível ultrapassar as emoções que julgamos negativas sem antes reconhecê-las.


Tecnologia

Vivemos em uma cultura que responde automaticamente ao “tudo bem?”, sem realmente refletir sobre o que sente. Talvez porque a escuta verdadeira, tanto de si quanto do outro, requeira um tempo que já não nos damos mais. Qual é o tempo que você reserva para si no cotidiano? Apenas no fim de semana? Ou nem isso? A dificuldade de pausar para si revela também a dificuldade de pausar para o outro. Assim, multiplicam-se pessoas excessivamente ansiosas, que não esperam, não respiram, não sentem, apenas seguem.


Retomar o contato com o próprio sentir é um ato de coragem em tempos de pressa. Parar não é perder tempo: é reencontrá-lo. Ao nos permitirmos viver o que sentimos, abrimos espaço para uma existência mais autêntica e humana. Em meio ao ruído das telas e da produtividade, talvez o maior gesto de resistência seja aprender a estar, verdadeiramente, presentes em nós mesmos.


Comentários


bottom of page