É necessário aprender a soltar, se quiser ser livre.
- Jonatas Oliveira
- 4 de mai.
- 3 min de leitura
Atualizado: 21 de jul.

Sobre o que é este post:
Não podemos salvar os outros, mas podemos preservar nossa paz, impor limites e escolher um amor que não destrua.
Soltar é difícil. Não soltar é um fardo.
Em muitos momentos da vida, movidos pelo amor, pelo zelo ou pela esperança, nos lançamos em tentativas incessantes de ajudar quem amamos. Dizemos “sim” quando nosso coração clama por um “não”; silenciamos desconfortos para não ferir o outro e, sem perceber, ferimos a nós mesmos.
A verdade é que, ao concentrarmos toda a nossa energia nos problemas e nas necessidades dos outros, sobra pouco ou quase nada para viver a nossa própria vida. Adoecemos de preocupação, tornamo-nos prisioneiros de responsabilidades que não nos pertencem, alimentando um ciclo silencioso de exaustão e tristeza.
Soltar requer determinação, apesar dos sentimentos.
Se o cenário apenas se repete e nada floresce, talvez seja hora de deixar ir ou de nos permitirmos partir. O amor, o verdadeiro amor, também se manifesta nas despedidas que trazem alívio e paz. Quando conseguimos soltar com sinceridade, gentileza e respeito, criamos espaço para respirar e recomeçar.
No entanto, há relações em que soltar com amor parece impossível. Quando o peso se torna insuportável, quando o desgaste corrói nossa alma, às vezes é a raiva que nos dá força para caminhar. E tudo bem. O que não podemos é permanecer apegados a dinâmicas que nos adoecem. Soltar, mesmo que seja com dor, é salvar-se.
Soltar é respeitar os próprios limites.
É preciso reconhecer: cada pessoa é responsável por suas próprias escolhas e comportamentos. Se alguém age de forma inapropriada, é essa pessoa que deve carregar o peso de suas ações. Se agimos com honestidade e amor, não há espaço para culpa ou vergonha.
Nem toda dor se apresenta como uma tempestade violenta. Às vezes, ela se esconde em relações sutis, onde aqueles que aparentam fragilidade, na verdade, manipulam com maestria. Identificar essas armadilhas exige coragem e sensibilidade. Conhecer nossos limites é saber quando o fardo já ultrapassou o que podemos ou o que devemos carregar.
Soltar é enxergar quem não quer mudar.
As pessoas sentem, pensam e agem a partir de suas próprias escolhas. Mudam apenas quando, de fato, desejam mudar. Por mais que ofereçamos apoio, amor e conselhos, a decisão final sempre será do outro. A insistência em mudar alguém é uma ilusão dolorosa. Respeitar o tempo e o caminho de cada um também é um ato de amor. Principalmente por nós mesmos.
Soltar é sobreviver.
Quando dedicamos nossa existência a resolver a vida dos outros, muitas vezes deixamos nossa própria vida adormecida. Não é raro nos contentarmos em sermos necessários, quando na verdade, desejamos ser amados. Doar é bonito, mas esvaziar-se completamente é um preço alto demais.
Guardar amor para si é sinal de sabedoria. E, ao nos libertarmos da necessidade de salvar, surpreendemo-nos ao ver quantos conseguem caminhar com as próprias pernas.
Soltar é exercer responsabilidade emocional.
O desequilíbrio emocional nasce quando nos perdemos na vida alheia. A recuperação da serenidade começa quando voltamos a cuidar da nossa própria história. Ser humilde e honesto não significa se anular, mas amar-se com a dignidade que merecemos. Quanto mais amor cultivamos dentro de nós, mais genuíno será o amor que irradiamos para o mundo.
Soltar é escolher a liberdade emocional.
Queremos e precisamos de amor, mas não de um amor que nos destrua. O amor verdadeiro não aprisiona. O amor verdadeiro edifica e fortalece.
Ao escolher entre tentar salvar o outro ou preservar a si mesmo, escolha-se. Torne-se a fonte mais abundante, saudável e amorosa que pode existir: por você e para aqueles que realmente desejam partilhar da sua luz.
Não carregue fardos que não são seus. É necessário aprender a soltar e permitir que cada pessoa carregue os próprios fardos se você quiser ser realmente livre.
Contribuição de Jonatas Oliveira para este espaço.
Comments