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Você pode dizer “não” e ficar bem?

  • Foto do escritor: Jonatas Oliveira
    Jonatas Oliveira
  • 14 de mai.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 21 de jul.


O direito de dizer não

Sobre o que é este post:

O amor-próprio que podemos oferecer a nós mesmos e ao mundo.


Em um mundo que valoriza a aceitação e a submissão disfarçada de gentileza, negar algo pode parecer um ato agressivo. No entanto, como afirmam os autores Walter Riso e Marlova Aseff, resgatar o amor-próprio passa, necessariamente, pela capacidade de estabelecer limites claros. E o primeiro deles é o direito de dizer “não".


A submissão como solo fértil para o abuso


O abuso psicológico prospera quando encontra terreno fértil: pessoas incapazes de se opor ou de expressar sua insatisfação. Como o pólen atrai as abelhas, a submissão chama o abuso. Reprimir sentimentos de desagrado ou ira, ao contrário do que muitos pensam, não nos torna pessoas melhores. Apenas nos fragiliza emocional e fisicamente.


Isso não significa que sair por aí destilando raiva e falando com os outros de modo extremamente grosseiro ou violento seja a coisa certa a fazer. Não é esse o tipo de atitude que queremos estimular aqui. 


Expressar emoções, com respeito e assertividade, fortalece não apenas a autoestima, mas também o organismo, promovendo saúde mental e física.


Assertividade é um caminho


Ser assertivo não significa ser cruelmente sincero. A sinceridade ácida, despejada sem filtros, desgasta as relações e fere desnecessariamente. O desafio está em encontrar o equilíbrio: falar com autenticidade, mas também com responsabilidade emocional.


Pessoas tímidas, dependentes ou introvertidas costumam ter dificuldades nesse exercício. Entretanto, aprender a se posicionar é essencial para libertar a mente, curar o corpo e construir relações mais saudáveis.


Relações verdadeiras precisam de contato


Problemas interpessoais só se resolvem quando há disponibilidade para transmitir toda a informação relevante. Aquilo que realmente pensamos e sentimos. Uma comunicação eficaz é, antes de tudo, uma comunicação assertiva.


Antes de agir, é saudável se perguntar: 

"Se todos agissem como eu, o mundo seria melhor ou pior?"


Essa reflexão nos torna mais conscientes das nossas escolhas e do impacto delas no outro.


Muitas pessoas falham ao não comunicar seus sentimentos de afastamento ou insatisfação. Se estou mudando de opinião sobre algo ou há algo que me incomoda, comunicar a tempo é não apenas um direito, mas também um dever para com o outro.


Esconder ou silenciar o que sentimos mina a confiança e destrói a possibilidade de reconstrução.


Tolerar, aceitar, anular…


Tolerar não é suportar o outro como um fardo, mas reconhecer seu direito de ser diferente. A pessoa assertiva defende seus direitos sem agredir os direitos alheios; o agressivo impõe sua vontade; o submisso se anula e amplia seus deveres de maneira autodestrutiva.


A verdadeira convivência respeitosa nasce da capacidade de equilibrar direitos e deveres.


Enfrentar o medo é a chave da liberdade


A psicologia clínica comprova: a melhor maneira de vencer o medo é enfrentá-lo gradualmente. Atos de valentia, quando planejados e executados com responsabilidade, fortalecem a mente e reduzem a vulnerabilidade emocional.

O experimentalismo responsável é uma vacina poderosa contra a ansiedade.


Como desenvolver a assertividade?


Walter Riso e Marlova Aseff propõem um roteiro prático:

  • Verificar se a situação que exige assertividade é real ou imaginária.

  • Identificar sentimentos envolvidos.

  • Avaliar a importância vital da situação.

  • Definir metas claras.

  • Antecipar possíveis consequências negativas.

  • Planejar respostas alternativas.

  • Executar o comportamento assertivo.

  • Avaliar posteriormente o que funcionou e o que pode ser aprimorado.


Você pode dizer “não” e ficar bem!


Resgatar o direito de dizer não é como nos resgatarmos a nós mesmos. É reconhecer que a nossa dignidade, felicidade e saúde mental não podem ser negociadas em troca de aceitação ou medo de rejeição.


Dizer não, quando necessário, é o gesto mais sincero de amor-próprio que podemos oferecer a nós mesmos e ao mundo. São os nossos limites sendo respeitados.


Contribuição de Jonatas Oliveira para este espaço.

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