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  • Borderline: Entre o diagnóstico e os desafios da convivência.

    Sobre o que é este post: Como lidar com uma vida que parece estar sempre "no limite"? O transtorno de personalidade borderline é marcado por uma intensa instabilidade emocional, hipersensibilidade nos relacionamentos, autoimagem oscilante e impulsividade. Tudo isso torna o cotidiano mais complexo e os relacionamentos – especialmente os amorosos – ainda mais desafiadores. É um diagnóstico complexo e que precisa de tratamento adequado para que seja possível enfrentar os desafios sem se ferir ou sem ferir familiares, amigos e amores. O diagnóstico: alívio e desconforto Descobrir que o que você sente tem um nome pode ser um alívio. Dá um sentido à confusão interna, às emoções à flor da pele, aos comportamentos difíceis de explicar. Mas, ao mesmo tempo, o diagnóstico também traz um pacote de informações que nem sempre são fáceis de lidar. É como abrir um livro sobre si mesmo e encontrar páginas que assustam. A verdade é dolorosa e em alguns casos há negação. Para muitos, esse momento coincide com o processo de se tornar adulto – um período que, por si só, já exige muito. Na transição (o período da adolescência) acontecem muitas coisas que incluem frustração, medo, ansiedade, decepção, rejeição e dor. Então, se as coisas já não eram tão fáceis, perceber que continuarão sendo difíceis não é encorajador. Lidar com as exigências externas enquanto tenta entender a si mesmo não é uma tarefa simples. Mas é necessário porque é essa compreensão que vai ajudar de verdade. Relacionamentos: amor, idealizações e abusos Quem tem borderline pode oscilar entre idealizar o parceiro e desvalorizá-lo por completo. Essa intensidade emocional, somada à baixa autoestima e à necessidade constante de validação, pode abrir espaço para relacionamentos abusivos – tanto como vítima quanto como autor de comportamentos nocivos. Não é uma questão de querer machucar ou ser machucado. É “simplesmente” como a pessoa vive. Não sabendo ainda controlar os seus impulsos e não tendo ideia do que fazer com o que sente. O primeiro pensamento, por mais explosivo que seja, é realizado. Por isso, não é fácil amar e ser amado. Amor e ódio trocam de lugar muito rápido. É importante destacar: ter um diagnóstico não justifica atitudes abusivas. Ele pode ajudar a explicar, mas não pode ser usado como desculpa para ferir o outro. Se alguém usa o transtorno como justificativa constante para desrespeitar limites, é hora de acender o alerta. Ninguém é obrigado a dar conta dos problemas de ninguém. Existem tratamentos e profissionais capazes de ajudar. Não buscar ou não aceitar essa ajuda e continuar destruindo a si mesmo e aos outros é um caminho ruim. Você não é responsável por salvar ninguém Para quem convive com alguém que recebeu o diagnóstico, as marcas ao longo do tempo de convivência são de memórias intensas. Algumas extremamente boas. Outras extremamente ruins. A decisão por continuar ao lado desse alguém se baseia no amor provado. O desejo pela separação se baseia nas feridas emocionais. Algumas pessoas sentem que precisam ajudar e que sair e viver a própria vida será um ato de abandono. O que não é verdade. Como dito anteriormente: ninguém deve se obrigar a viver sacrifícios em prol do bem-estar de outra pessoa. Não é uma missão. É uma opção e muita coisa deve ser levada em consideração. Uma delas: o próprio bem-estar. Existe uma linha muito tênue entre ajudar e se anular. Cuidar de alguém que amamos é bonito – mas não à custa da nossa própria saúde mental. Tentar "salvar" o outro é um caminho perigoso, que frequentemente termina em frustração, dor e esgotamento. A mudança é uma responsabilidade individual. Por mais que você ame alguém, não pode obrigá-lo a fazer terapia, abandonar vícios ou mudar comportamentos. E, muitas vezes, aceitar tudo "em nome do amor" pode acabar dificultando ainda mais esse processo. Fortalecendo sua autoeficácia Desenvolver a autoconfiança é essencial, especialmente para quem vive preso em ciclos de compulsão, impulsividade, culpa e autossabotagem. É preciso ter em mente que não irá conseguir superação sozinho. Embora seja difícil ouvir que precisa de tratamento, ele é fundamental. É preciso se desafiar. Ir mesmo com medo. O processo trará perspectivas que você não enxerga porque está vendo apenas do seu ângulo e não conhece ainda recursos capazes de te ajudar. É preciso experimentar. Não coloque obstáculos e não dê atenção aos pensamentos de que não terá jeito ou de que trata-se de um controle dos outros sobre você. Há muita gente que gostaria de aproveitar os momentos felizes ao seu lado, mas não consegue ficar porque o preço é alto demais. Então, se permita o cuidado e queira se entender melhor para saber o que fazer com os impulsos que lhe visitam. Há um processo de crescimento e superação, mas você precisa aceitá-lo. Saúde mental não se resume a sentir-se bem. Envolve esforço, constância e muita coragem. Terapia: um treino seguro para a vida real A terapia é altamente recomendada para quem tem Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) porque ajuda a lidar com os sintomas, compreender os próprios sentimentos e melhorar a qualidade de vida. É um espaço seguro para treinar novas formas de lidar com as dificuldades. Mas ela só funciona com compromisso e dedicação. É uma prática que envolve disciplina: sessões regulares, reflexões fora do consultório e a disposição para aplicar o que foi aprendido. Entre os principais benefícios da psicoterapia estão a redução das oscilações de humor, o alívio da depressão e da ansiedade, a diminuição do risco de pensamentos e comportamentos de autodestruição, além da identificação de padrões de pensamento negativos. A terapia também auxilia no desenvolvimento de habilidades de comunicação, melhora os relacionamentos interpessoais, contribui para evitar conflitos e ensina maneiras mais saudáveis de lidar com o mal-estar emocional. Com o acompanhamento adequado, é possível construir uma rotina mais estável, com mais segurança emocional e relações mais equilibradas. Finalmente, se você se reconheceu ou lembrou de alguém com quem convive, busque ajuda. Se motive a cuidar de você. Motive essa pessoa a se cuidar. Principalmente, não desista de você! Contribuição de Jonatas Oliveira  para este espaço.

  • TOC

    Sobre o que é este post: O que é o Transtorno Obsessivo-Compulsivo Todos nós temos nossos jeitinhos especiais de fazer as coisas. Alguns desenvolvem verdadeiros rituais, pequenos detalhes e procedimentos que parecem dar sentido ao dia a dia. No entanto, quando esses comportamentos se tornam involuntários, geram angústia e atrapalham a vida, pode ser que estejamos lidando com algo mais sério: o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). O que é o TOC? O TOC é um transtorno que requer diagnóstico e tratamento adequados. Ele vai muito além dos hábitos ou “manias” que temos, e que, mesmo sendo diferentes, não causam prejuízo significativo ou sofrimento. No TOC, os comportamentos compulsivos não são realizados por vontade própria. A pessoa sente vergonha de seus pensamentos repetitivos e se vê impotente diante de rituais que parecem não ter fim. Esse transtorno pode interferir em diversas áreas da vida – seja na família, nos relacionamentos amorosos, na profissão ou nos estudos. Quando um hábito se torna TOC? Hábito:  É o “jeito ideal” que você encontrou para realizar uma atividade, mesmo que pareça estranho para os outros, não causa prejuízo ou sofrimento intenso. TOC:  Caracteriza-se por pensamentos indesejados e repetitivos, rituais disfuncionais, preocupação excessiva, medo irrealista e comportamento compulsivo. É como se a pessoa dissesse: “Tenho que fazer isso! Não posso evitar! Algo terrível vai acontecer se eu não cumprir o ritual!” O que fazer se você se identifica com esses sinais? Se esses comportamentos estão impactando sua qualidade de vida, não tenha vergonha – buscar ajuda é um ato de coragem. O tratamento para o TOC geralmente envolve a combinação de medicação e psicoterapia, com o apoio integrado de psiquiatras e psicólogos. E lembre-se: o autodiagnóstico nunca é o caminho. A saúde mental é algo sério, e somente um profissional habilitado pode fazer uma avaliação adequada. A importância do apoio familiar Quando alguém vive com TOC, o suporte da família é fundamental. Entender do que se trata o transtorno e aprender a identificar o que é saudável ou não pode ajudar a pessoa a se reconectar com a realidade e a sentir-se acolhida, sem julgamentos. Cuide-se e lembre-se: reconhecer que algo não está bem é o primeiro passo para a mudança. Procure apoio profissional e permita-se viver de maneira mais leve e plena. Se precisar de ajuda, saiba que você não está sozinho nessa jornada. Contribuição de Jonatas Oliveira  para este espaço.

  • Você precisa saber a verdade sobre a psicoterapia.

    Sobre o que é este post: A importância de buscar ajuda adequada na saúde mental, refletir sobre a responsabilidade individual na mudança de comportamento e entender o processo terapêutico como um exercício contínuo que exige disciplina, autocompreensão e ações práticas. Se você nunca esteve em um processo terapêutico ou já tentou por apenas algumas sessões, talvez este texto te traga novas perspectivas para recomeçar ou se encorajar para a primeira experiência. A verdade é que não são todas as pessoas que precisam de terapia, mas até quem "não precisa" pode se beneficiar quando encara a jornada com o cuidado devido. E quem precisa não é fraco por isso. Simplesmente a psicologia é uma ciência que, através da psicoterapia, oferece uma série de tratamentos necessários para a Saúde Mental. Não se pode negar essa necessidade. Assim como não se pode negar a necessidade de qualquer outro tratamento de saúde. Diante disso, deixa eu te falar outras verdades: Você vai escolher o melhor caminho. Quando falamos de tratamento em saúde mental, é fundamental lembrar: não estamos falando de um contrato vitalício . Se você sente que o profissional que te atende não é o mais adequado, você tem, sim, todo o direito de procurar outro . O objetivo é encontrar alguém com quem você consiga estabelecer um vínculo de confiança e desenvolvimento. Você não deve permanecer em uma relação que não gera crescimento. Mesmo que essa relação seja com um psicólogo. É importante entender também que, na saúde mental, não existe cura definitiva. O que fazemos é um tratamento.  Transtornos mentais são condições que exigem acompanhamento contínuo, responsabilidade e comprometimento do paciente. Se você percebe que "nenhum psicólogo é bom" ou “nenhum psicólogo está te dando resultados”, vale a reflexão: será que o problema está mesmo nos profissionais? Não há técnica que ajude a quem não quer ser ajudado.  A resistência ao tratamento pode ser um dos maiores obstáculos para a mudança do quadro clínico. Se você vai ao tratamento com muitas travas, elas devem ser trabalhadas lá e não devem limitar a sua melhora. Você vai receber informações desconfortáveis. Receber um diagnóstico de transtorno mental pode ser aliviador para quem precisa de um nome para o que sente. Isso porque dar nome ao que se sente pode proporcionar compreensão e acolhimento. Mas, por outro lado, pode gerar mais sofrimento para quem não quer acreditar naquele diagnóstico. Isso acontece porque a pessoa depara-se com uma nova realidade, repleta de desafios e informações desconfortáveis. Mas qualquer sentimento não deve ser negado, julgado ou escondido no processo. Eles servem para te ajudar. Se eles surgiram na terapia o melhor a fazer é expor e trabalhar com eles. Você vai precisar fazer terapia por você. O  desejo de mudança deve partir da própria pessoa. Ou seja, você não vai pedir para alguém procurar um psicólogo e marcar a sessão para você. E sobre os outros, você pode apoiar, encorajar, estar presente, mas não pode fazer o trabalho por ninguém.  Obrigar alguém a mudar, controlar seus atos ou se sacrificar esperando reconhecimento são armadilhas dolorosas e ineficazes. Você vai precisar se comprometer. O processo não dá certo quando falta compromisso, quando há omissão, quando há mentiras, quando você simplesmente resolve “fingir” que está ali tentando, sem se abrir de fato. Quanto menos fazemos por nós, menos conseguimos avançar.  E quanto mais adiamos agir, mais difícil se torna quebrar o ciclo. Afinal, você está ali no consultório para alcançar evolução. Não é mesmo? A terapia é um espaço seguro para um “treinamento” das realidades que você vai encarar na sua vida. Não basta apenas ir às sessões. É fundamental levar para o cotidiano o que se aprende: exercitar, praticar, tentar de novo e melhorar. Por fim, vá! Não tenha medo de tentar, errar, experimentar. Você certamente encontrará a melhor abordagem, o melhor vínculo, a melhor opção para você. Só não deixe de se cuidar. Vamos começar? Contribuição de Jonatas Oliveira  para este espaço.

  • É necessário aprender a soltar, se quiser ser livre.

    Sobre o que é este post: Não podemos salvar os outros, mas podemos preservar nossa paz, impor limites e escolher um amor que não destrua. Soltar é difícil. Não soltar é um fardo. Em muitos momentos da vida, movidos pelo amor, pelo zelo ou pela esperança, nos lançamos em tentativas incessantes de ajudar quem amamos. Dizemos “sim” quando nosso coração clama por um “não”; silenciamos desconfortos para não ferir o outro e, sem perceber, ferimos a nós mesmos. A verdade é que, ao concentrarmos toda a nossa energia nos problemas e nas necessidades dos outros, sobra pouco ou quase nada para viver a nossa própria vida. Adoecemos de preocupação, tornamo-nos prisioneiros de responsabilidades que não nos pertencem, alimentando um ciclo silencioso de exaustão e tristeza. Soltar requer determinação, apesar dos sentimentos. Se o cenário apenas se repete e nada floresce, talvez seja hora de deixar ir ou de nos permitirmos partir. O amor, o verdadeiro amor, também se manifesta nas despedidas que trazem alívio e paz. Quando conseguimos soltar com sinceridade, gentileza e respeito, criamos espaço para respirar e recomeçar. No entanto, há relações em que soltar com amor parece impossível. Quando o peso se torna insuportável, quando o desgaste corrói nossa alma, às vezes é a raiva que nos dá força para caminhar. E tudo bem. O que não podemos é permanecer apegados a dinâmicas que nos adoecem. Soltar, mesmo que seja com dor, é salvar-se. Soltar é respeitar os próprios limites. É preciso reconhecer: cada pessoa é responsável por suas próprias escolhas e comportamentos. Se alguém age de forma inapropriada, é essa pessoa que deve carregar o peso de suas ações. Se agimos com honestidade e amor, não há espaço para culpa ou vergonha. Nem toda dor se apresenta como uma tempestade violenta. Às vezes, ela se esconde em relações sutis, onde aqueles que aparentam fragilidade, na verdade, manipulam com maestria. Identificar essas armadilhas exige coragem e sensibilidade. Conhecer nossos limites é saber quando o fardo já ultrapassou o que podemos ou o que devemos carregar. Soltar é enxergar quem não quer mudar. As pessoas sentem, pensam e agem a partir de suas próprias escolhas. Mudam apenas quando, de fato, desejam mudar. Por mais que ofereçamos apoio, amor e conselhos, a decisão final sempre será do outro. A insistência em mudar alguém é uma ilusão dolorosa. Respeitar o tempo e o caminho de cada um também é um ato de amor. Principalmente por nós mesmos. Soltar é sobreviver. Quando dedicamos nossa existência a resolver a vida dos outros, muitas vezes deixamos nossa própria vida adormecida. Não é raro nos contentarmos em sermos necessários, quando na verdade, desejamos ser amados. Doar é bonito, mas esvaziar-se completamente é um preço alto demais. Guardar amor para si é sinal de sabedoria. E, ao nos libertarmos da necessidade de salvar, surpreendemo-nos ao ver quantos conseguem caminhar com as próprias pernas. Soltar é exercer responsabilidade emocional. O desequilíbrio emocional nasce quando nos perdemos na vida alheia. A recuperação da serenidade começa quando voltamos a cuidar da nossa própria história. Ser humilde e honesto não significa se anular, mas amar-se com a dignidade que merecemos. Quanto mais amor cultivamos dentro de nós, mais genuíno será o amor que irradiamos para o mundo. Soltar é escolher a liberdade emocional. Queremos e precisamos de amor, mas não de um amor que nos destrua. O amor verdadeiro não aprisiona. O amor verdadeiro edifica e fortalece. Ao escolher entre tentar salvar o outro ou preservar a si mesmo, escolha-se. Torne-se a fonte mais abundante, saudável e amorosa que pode existir: por você e para aqueles que realmente desejam partilhar da sua luz. Não carregue fardos que não são seus. É necessário aprender a soltar e permitir que cada pessoa carregue os próprios fardos se você quiser ser realmente livre. Contribuição de Jonatas Oliveira  para este espaço.

  • Você pode dizer “não” e ficar bem?

    Sobre o que é este post: O a mor-próprio que podemos oferecer a nós mesmos e ao mundo. Em um mundo que valoriza a aceitação e a submissão disfarçada de gentileza, negar algo pode parecer um ato agressivo. No entanto, como afirmam os autores Walter Riso  e Marlova Aseff , resgatar o amor-próprio passa, necessariamente, pela capacidade de estabelecer limites claros. E o primeiro deles é o direito de dizer “não". A submissão como solo fértil para o abuso O abuso psicológico prospera quando encontra terreno fértil: pessoas incapazes de se opor ou de expressar sua insatisfação. Como o pólen atrai as abelhas, a submissão chama o abuso. Reprimir sentimentos de desagrado ou ira, ao contrário do que muitos pensam, não nos torna pessoas melhores. Apenas nos fragiliza emocional e fisicamente. Isso não significa que sair por aí destilando raiva e falando com os outros de modo extremamente grosseiro ou violento seja a coisa certa a fazer. Não é esse o tipo de atitude que queremos estimular aqui.  Expressar emoções, com respeito e assertividade, fortalece não apenas a autoestima, mas também o organismo, promovendo saúde mental e física. Assertividade é um caminho Ser assertivo não significa ser cruelmente sincero. A sinceridade ácida, despejada sem filtros, desgasta as relações e fere desnecessariamente. O desafio está em encontrar o equilíbrio: falar com autenticidade, mas também com responsabilidade emocional . Pessoas tímidas, dependentes ou introvertidas costumam ter dificuldades nesse exercício. Entretanto, aprender a se posicionar é essencial para libertar a mente, curar o corpo e construir relações mais saudáveis. Relações verdadeiras precisam de contato Problemas interpessoais só se resolvem quando há disponibilidade para transmitir toda a informação relevante. Aquilo que realmente pensamos e sentimos. Uma comunicação eficaz é, antes de tudo, uma comunicação assertiva . Antes de agir, é saudável se perguntar:  "Se todos agissem como eu, o mundo seria melhor ou pior?" Essa reflexão nos torna mais conscientes das nossas escolhas e do impacto delas no outro. Muitas pessoas falham ao não comunicar seus sentimentos de afastamento ou insatisfação. Se estou mudando de opinião sobre algo ou há algo que me incomoda, comunicar a tempo é não apenas um direito, mas também um dever para com o outro. Esconder ou silenciar o que sentimos mina a confiança e destrói a possibilidade de reconstrução. Tolerar, aceitar, anular… Tolerar não é suportar o outro como um fardo, mas reconhecer seu direito de ser diferente. A pessoa assertiva defende seus direitos sem agredir os direitos alheios; o agressivo impõe sua vontade; o submisso se anula e amplia seus deveres de maneira autodestrutiva. A verdadeira convivência respeitosa nasce da capacidade de equilibrar direitos e deveres . Enfrentar o medo é a chave da liberdade A psicologia clínica comprova: a melhor maneira de vencer o medo é enfrentá-lo gradualmente. Atos de valentia, quando planejados e executados com responsabilidade, fortalecem a mente e reduzem a vulnerabilidade emocional. O experimentalismo responsável é uma vacina poderosa contra a ansiedade . Como desenvolver a assertividade? Walter Riso e Marlova Aseff propõem um roteiro prático: Verificar se a situação que exige assertividade é real ou imaginária. Identificar sentimentos envolvidos. Avaliar a importância vital da situação. Definir metas claras. Antecipar possíveis consequências negativas. Planejar respostas alternativas. Executar o comportamento assertivo. Avaliar posteriormente o que funcionou e o que pode ser aprimorado. Você pode dizer “não” e ficar bem! Resgatar o direito de dizer não é como nos resgatarmos a nós mesmos. É reconhecer que a nossa dignidade, felicidade e saúde mental não podem ser negociadas em troca de aceitação ou medo de rejeição. Dizer não, quando necessário, é o gesto mais sincero de amor-próprio que podemos oferecer a nós mesmos e ao mundo. São os nossos limites sendo respeitados. Contribuição de Jonatas Oliveira  para este espaço.

  • A rolagem infinita está apodrecendo os nossos cérebros?

    Sobre o que é este post: O que acontece com o seu cérebro quando passa horas do dia rolando a tela do celular. Rolando a tela Para muitas pessoas, o primeiro e o último contato do dia é com o celular. Um gesto aparentemente simples (deslizar o dedo pela tela) que esconde consequências profundas. Não se trata apenas da desinformação consumida ao longo de horas, mas também do impacto direto na saúde mental e física. Estresse, ansiedade, depressão, hipervigilância... tudo isso sendo alimentado por uma avalanche de conteúdos que, aos poucos, "derretem" o cérebro. O corpo sente Dores de cabeça, tensão muscular, incômodos no pescoço e ombros, falta de apetite, dificuldade para dormir, aumento da pressão arterial…Tudo isso pode ser resultado da exposição prolongada às telas. A "rolagem infinita", projetada para manter você conectado (e viciado), captura a atenção por horas e prende principalmente os mais jovens num ciclo de consumo desenfreado. O problema não é apenas a quantidade, mas a qualidade do conteúdo consumido, quase sempre superficial, efêmero e emocionalmente esgotante. Uma receita certeira para um colapso silencioso, nascido em um universo virtual, mas sentido em cada célula do corpo real. A cultura da superexposição e o vazio disfarçado de conexão O uso compulsivo das redes pode mascarar problemas reais. Quando mergulhamos nelas, adiamos questões importantes e negligenciamos demandas emocionais profundas. A cultura da superexposição, cada vez mais normalizada, nos afasta do que é essencial e cria um terreno fértil para a comparação constante, a perda de foco e a alienação. Estamos sobrecarregados de informação, mas cada vez mais incapazes de discernir o que é realmente essencial para nossas decisões, relações e bem-estar. Perdemos a capacidade de selecionar, de filtrar, de sustentar o pensamento crítico e, com isso, perdemos também qualidade de vida. Estratégias para reconectar-se com a realidade É possível cuidar melhor de si com pequenas mudanças no cotidiano. Veja algumas práticas simples e eficazes: Afaste o celular da cabeceira. Desative notificações. O que for realmente urgente encontrará outro meio de te alcançar. Evite o uso durante refeições, banhos, momentos de estudo, descanso ou socialização. Concentre-se nos seus objetivos. Não no que os outros estão exibindo. Busque ajuda especializada se não conseguir implementar essas mudanças sozinho. As redes sociais são ferramentas úteis, mas não foram feitas para preencher o vazio existencial. Quando se tornam a única fonte de prazer, companhia ou validação, tornam-se armadilhas. Precisamos cultivar a vida fora das telas, não apenas nas telas ou para as telas. Reeducar o cérebro para redescobrir o prazer da presença A presença é possível. Corra no parque, brinque com seus filhos, converse com amigos, ande pela vizinhança, fale com alguém que tenha um nome, um rosto, uma história. Conheça pessoas reais. Leia biografias, veja documentários, escute histórias de vida. No mundo real as coisas tem um cheiro, no virtual não. Você vai se surpreender com o que existe fora das redes e dentro de si. O excesso de conteúdo superficial está nos afastando da capacidade cognitiva plena e prejudicando o desenvolvimento intelectual. Os sinais do “Cérebro Apodrecido” (Brain Rot) Veja alguns dos efeitos mais comuns do uso excessivo das redes e da exposição prolongada às telas: Dificuldade de concentração. Queda da criatividade. Problemas de memória e aprendizagem. Aumento da ansiedade e da depressão. Irritabilidade e impaciência. Fadiga mental constante. Dificuldade em tomar decisões simples. Consciência digital é necessário Mais do que nunca, precisamos reconsiderar nossas práticas digitais. Isso não significa abandonar a tecnologia, mas desenvolver uma postura crítica, consciente e equilibrada diante dela. O que consumimos molda quem somos, o que pensamos e como decidimos. Portanto, não se trata de demonizar as redes sociais, mas de reconhecer que há um problema emergindo dentro dessa diversão desenfreada. E quem deve colocar limites somos nós: com consciência, responsabilidade e inteligência emocional. Não controlamos tudo o que chega até nós. Mas sempre teremos o poder de decidir o que fazer com aquilo que recebemos. Cuide-se. Não deixe que sua mente, seu corpo e sua vida se percam na rolagem sem fim! Contribuição de Jonatas Oliveira  para este espaço.

  • Escrita terapêutica para você praticar agora

    Sobre o que é este post: Aprenda a fazer listas, diários, cartas e usar outros recursos terapêuticos para te ajudar no processo de autocuidado e autoconhecimento. Escrever é curar! Tudo aquilo que fazemos com a alma nos aproxima da paz. E quando colocamos amor até nos menores detalhes, conseguimos sentir o toque da cura mesmo em um simples abraço. Falar de escrita terapêutica é falar de afeto, de escuta interior, de uma forma gentil de se olhar com mais profundidade. Mas antes de tudo, é importante deixar algo claro: a escrita terapêutica não substitui o acompanhamento psicológico profissional . Ela é uma ferramenta valiosa, sim. É parte do que a psicologia pode oferecer, mas não é o todo. Em muitos casos, é necessário também um acompanhamento psicológico. Por isso, lembre-se de que escrever é uma ajuda e tanto, mas deve caminhar lado a lado com o cuidado clínico adequado . Escrever ajuda mesmo! A escrita terapêutica nos permite colocar em palavras aquilo que por tanto tempo ficou embaralhado dentro de nós. Ela ajuda a dar forma ao caos, nome à dor e direção ao que sentimos. Ao escrever, organizamos ideias, acessamos sentimentos esquecidos e até projetamos caminhos futuros. É como estruturar um texto com algo que é tão nosso, tão íntimo, que só conseguimos entender quando o escrevemos. E não precisa ser perfeito. Nem bonito. Muito menos público. A beleza está justamente em ser sincero consigo mesmo. Listas terapêuticas já! Simples, mas poderosas. As listas são um jeito acessível de começar sua prática de escrita terapêutica. Elas podem ser feitas no seu tempo, com os materiais que você tem por perto. Mesmo que seja um caderno antigo, uma folha de rascunho ou até uma nota no celular. O importante é que elas sejam suas , escritas com honestidade e liberdade. Aqui vão algumas sugestões para você começar: Liste o que gostaria que as pessoas soubessem sobre você. Sua história, seus sentimentos, seus valores, suas decisões. Compartilhe o que há dentro — pensamentos, sonhos, experiências, crenças. O que você já viveu e o que ainda deseja viver? Como você se vê e o que gostaria que os outros vissem em você? Liste momentos felizes e especiais que marcaram sua trajetória. Relembre experiências doces, agradáveis, significativas ou transformadoras. Podem ser simples ou grandiosas — mas que deixaram marcas positivas. Como foi sentir tudo isso? Quais memórias você guardaria no baú da sua alma? Liste motivos pelos quais você se sente grato. Reconheça as bênçãos. Agradeça pelas pessoas, experiências, sensações, aprendizados. A gratidão nos conecta com a abundância e, segundo a Psicologia Positiva, cultivar esse hábito diariamente favorece a saúde emocional e o bem-estar integral. Liste o que você associa ao amor e ao amar. Que palavras, imagens, sensações ou atitudes você vincula ao amor? Como ele se manifesta na sua vida? Que experiências amorosas lhe ensinaram sobre cuidado, entrega e presença? Liste as qualidades que você aprecia em si mesmo. Quais são suas forças pessoais? O que já elogiaram em você? O que você admira em si? Relembre suas conquistas, reconheça suas virtudes, acolha com carinho aquilo que faz de você alguém único. Liste o que tem causado preocupação neste momento. Respire fundo. Observe-se com gentileza. Ao escrever, você tira o peso da mente e amplia a clareza. Transformar preocupações em palavras pode abrir espaço para novas formas de compreensão e ação. Liste os valores que guiam sua vida hoje. O que você mais valoriza? O que é essencial para você? Quais princípios norteiam suas decisões e refletem o seu jeito de ser? Identificar seus valores fortalece o alinhamento entre escolhas e autenticidade. Liste o que você deseja deixar ir. O que tem drenado sua energia? Que relações, hábitos, crenças ou padrões não fazem mais sentido? Desapegar é um gesto de cuidado: abrir espaço interno para o novo florescer. Liste o que recarrega e renova sua energia. O que te nutre por dentro? Quais práticas, lugares, pessoas ou rituais restauram sua paz, seu ânimo, seu sentido de presença? Reencontre-se com suas fontes de força física, emocional, mental e espiritual. Liste mudanças que gostaria de fazer no seu lar. Que pequenas ou grandes melhorias trariam mais aconchego e organização? Pense em ações como doar objetos, criar um cantinho especial, reorganizar espaços ou tornar o ambiente mais leve e funcional. Liste seus medos. Do que você teme? Quais são reais, e quais são projeções? Há algo que pode ser enfrentado? O medo paralisa ou protege? Escrevê-los pode revelar o que está por trás e abrir caminhos de enfrentamento. Liste situações em que você foi corajoso. Recorde suas superações. Momentos em que, mesmo com medo ou incerteza, você agiu com firmeza, sensatez ou coração aberto. Que histórias de coragem você carrega? Liste as coisas para as quais quer dizer “não”. O que você não quer mais na sua vida? Quais limites precisa estabelecer? O que não tolera mais? Dizer “não” é, muitas vezes, um profundo ato de amor-próprio. Liste como você gostaria de ser lembrado. Qual marca deseja deixar no mundo? Que valores, ações, gestos ou mensagens gostaria que fossem parte do seu legado? Que contribuições você quer oferecer com sua existência? escrita terapêutica tem muitas formas! Te apresento outras opções, se você não curte listas: Diário Pessoal Lembrar da infância, quando os segredos ganhavam morada nas páginas de um caderno, pode ser reconfortante. Escrever um diário traz a sensação de ter vivido o dia com mais presença, como se cada detalhe ganhasse contorno e sentido. É uma forma de dar valor ao que é só seu. Diário das Emoções Essa escrita ajuda a reconhecer o que aconteceu, como você se sentiu e de que maneira lidou com a situação. É um exercício poderoso de autoconhecimento e desenvolvimento emocional, que promove mais clareza e autorregulação. Carta para os Dias Ruins Todos nós enfrentamos dias difíceis. Ter uma carta escrita por você mesmo, com palavras de acolhimento, pode ser um gesto de cuidado e compaixão. Funciona como um abraço afetuoso que vem do seu próprio coração. Roteiro para Autobiografia Escrever sobre a própria trajetória é um ato de reconhecimento. Muitas vezes, esquecemos nossas conquistas e damos mais peso aos erros. Ao revisitar sua história, você amplia a percepção sobre quem é, fortalece sua autoestima e se reconecta com o seu valor. Poesias, Reflexões e Criações Livres Permita-se criar o que quiser — versos, pensamentos, ideias soltas. Tudo o que toca sua alma merece voz. A escrita livre é um lugar seguro onde você pode ser inteiro, plural e verdadeiro. Cultive esse hábito como quem rega uma planta. Não espere o momento ideal, nem um texto perfeito. Comece. Uma linha por dia já é um começo. E se em algum momento tudo parecer demais, lembre-se: procurar ajuda é um gesto de amor-próprio, não de fraqueza. Sobre o que você vai escrever hoje? Contribuição de Jonatas Oliveira  para este espaço.

  • Como agem as pessoas resilientes?

    Sobre o que é este post: A importância de desenvolver a autoconfiança  O que é resiliência? Resiliência é uma resposta psicológica que nos ajuda a enfrentar as adversidades da vida e a seguir em frente, mesmo diante de grandes desafios. É a capacidade de se adaptar sem perder de vista o que realmente importa. Resiliência realista Diante de situações estressantes, pessoas resilientes buscam ampliar o olhar. Se a mente insiste em dizer que algo não é possível, elas evitam se fixar na impossibilidade e direcionam o pensamento para aquilo que está ao seu alcance. Não negam as dificuldades, mas escolhem onde focar sua energia. Resiliência e ação A resiliência é a força que impulsiona a sair da zona de comodidade e dar o próximo passo, mesmo quando há medo. pessoas resilientes seguem com coragem, conscientes de que a ação é o caminho para a transformação. Resiliência e bem-estar Pessoas resilientes conhecem seus valores e agem alinhadas a eles. Isso permite suprir suas necessidades de forma mais assertiva, evitando o estresse que nasce da frustração e da autossabotagem. Dessa forma a resiliência pode reduzir o estresse. Resiliência e organização Pessoas resilientes compreendem a importância de manter uma certa ordem ao redor para preservar o equilíbrio interno. E, quando o caos externo é inevitável, elas recorrem à organização interna (um sistema de prioridades, autoconsciência e foco) para não sucumbirem à pressão. Resiliência e esperança Em momentos de crise muitas pessoas descobrem o poder da resiliência, encontram formas de lidar com a dor e o sofrimento e extrair lições das situações mais desafiadoras. Encontram um sentido para prosseguir, apesar dos problemas. Psicoterapia e Resiliência Quando a resiliência parece distante, a psicoterapia atua como um espaço seguro para explorar emoções, reconhecer recursos internos, fortalecer a autoestima e desenvolver estratégias eficazes para enfrentar os desafios da vida. Você pode não ser forte o tempo todo e ainda assim florescer depois do caos. Cuide-se! Contribuição de Jonatas Oliveira  para este espaço.

  • O desejo de controlar o incontrolável

    Sobre o que é este post: A ansiedade e o processo de cuidado Ansiedade Se existe um tempo certo para todas as coisas, não adianta ter pressa ou resistência. O tempo não responde ao que exigimos dele e não se preocupa com as nossas vontades. Ele é soberano. É justamente na tentativa de domá-lo que nasce a ansiedade. Disfuncionalidade A ansiedade é esse mal-estar silencioso que abate a alma, paralisa os gestos e adoece a vida. A ansiedade se alimenta de um esvaziamento de sentido, de um modo mecânico de existir, focado no imediatismo, na exigência por resultados e pautado por promessas que raramente estão no aqui e agora. Quando a ansiedade atinge níveis disfuncionais, ela distorce a percepção, afasta o olhar da realidade e projeta-se em expectativas grandiosas, muitas vezes inalcançáveis. Resultado? Frustração. E ela vem em avalanche. Descanso Esperar um pouco é libertador! Não como um gesto de pessimismo e desilusão, mas como uma escolha lúcida. É preciso escolher ter menos expectativas e mais presença. Quando baixamos as nossas expectativas, avaliamos com mais clareza. Diminuímos o terreno fértil para decepções. E isso é sabedoria, não desistência. Quando cultivamos a consciência de quem somos, do que sentimos e por onde transita nossa vida interior, isso torna a ansiedade mais suportável. É possível mantê-la em um patamar que nos impulsione ao encontro com o mundo, com o outro e com os detalhes da vida cotidiana, sem exigir demais de nós mesmos. Porque quando ela se transforma em resposta às pressões de ser “bom”, “inteligente” ou “bem-sucedido”, torna-se prisão. E onde há prisão, há afastamento da própria essência. Acolhimento Não compartilhe sua dor com quem não tem maturidade emocional para acolher. Quando não há escuta genuína, suas angústias correm o risco de se tornarem fofoca, ruído ou invisibilidade. Saber lidar com a ansiedade não é eliminá-la, mas aprender a dialogar com ela. É entender que ela tem algo a nos dizer sobre as nossas faltas, os nossos excessos, os nossos medos e as nossas fantasias. A ansiedade nasce do desejo por um futuro idealizado e da crença persistente de que o presente não é o bastante. É uma sensação de dívida permanente com algo que nem se sabe ao certo o que é. Por isso, acolha a sua ansiedade, mas não se torne refém dela. Seja inteligente e hierárquico na relação com ela. Dê-lhe o lugar certo, nem mais, nem menos. Aceitação Sim, a ansiedade faz parte da experiência humana. Mas a intensidade com que se manifesta depende de múltiplos fatores: genética, história de vida, ambiente familiar, contextos sociais e culturais. Não é fraqueza, é complexidade. E como toda complexidade, exige atenção, cuidado e uma escuta profunda. Você não precisa negar a ansiedade ou anestesiá-la sempre que ela chegar. É necessário aceitar a condição humana, a vulnerabilidade, as emoções e os sentimentos. É necessário se aceitar para trabalhar da melhor maneira possível com o que se tem. Até a dor precisa ser assumida, se quisermos curá-la. Vamos cuidar das nossas ansiedades? Contribuição de Jonatas Oliveira  para este espaço.

  • Entenda o que é uma relação Tóxica, Destrutiva e Abusiva

    Sobre o que é este post: Relacionamentos que interferem no bem-estar e na qualidade de vida. Quando você sabe com que tipo de comportamento está lidando, tem mais chances de sobreviver sem se culpar ou se machucar. Saberá tomar decisões coerentes com o contexto ou buscar a ajuda adequada para cada situação. O Tóxico Quando há comportamentos que afetam o bem-estar, mesmo que não sejam intencionais, a relação pode estar passando por uma crise. Mas esse também é um sinal de relacionamento tóxico. É característico em relacionamentos tóxicos que as pessoas se prejudiquem, que haja excesso de ciúmes, comparações, cobranças, desrespeito e um clima desgastante. A toxicidade da relação se revela em reclamações constantes e na insatisfação com o outro. É como se aquela relação nunca fosse boa o suficiente, mas o casal prefere permanecer sem buscar soluções. O que fazer? É importante que o casal observe o que já foi construído e dialogue sobre possibilidades de melhorar. Uma vez identificado que ainda há amor e desejo de permanecerem juntos, é possível encontrar soluções em tratamentos individuais das questões pessoais e também em tratamento para o casal. O importante é não permitir que o problema se agrave, principalmente se outras pessoas também estão envolvidas nesse ambiente. O Destrutivo Uma relação destrutiva pode ser fácil de identificar por estar causando danos significativos. Esses danos podem ser emocionais e também físicos. Quem causa o dano pode ter a intenção de ferir, mas existem casos em que o dano acontece sem que alguém imaginasse ou pudesse prever que chegaria a tal ponto. O comportamento pode ser agressivo e notado por familiares e amigos, mas também acontecem situações que só o casal vive e isso dificulta a chegada de um apoio. O sofrimento emocional é constante e diferente daquele sentido em “crises no casamento”. Esse tipo de relação afeta a saúde mental de quem a vive porque a pessoa tem as suas necessidades emocionais ignoradas, é desprezada e alvo de inúmeras irresponsabilidades. Há um notado desinteresse pelo outro, não há diálogos e prevalece a indiferença. O que fazer? Quando a rotina se transforma em dor e sofrimento tudo parece mais difícil, inclusive a saída dessa relação. Se houver um primeiro sinal de agressividade é uma opção considerar a denúncia e buscar ajuda o mais rápido possível. O Ligue 180 é o canal mais divulgado para esses casos. E se a situação ultrapassou os limites, mas há outras explicações para isso, como nos casos dos transtornos mentais, é possível buscar um tratamento específico. Lembrando que a decisão por continuar na relação não precisa ser tomada por culpa, pena, medo ou qualquer outro sentimento que seja interpretado como negativo. Ninguém merece sofrer agressões enquanto busca receber e dar amor. O Abusivo Quem tem um comportamento abusivo está buscando o controle e o poder sobre o outro. Em um relacionamento isso significa causar sofrimento intencionalmente. Esse sofrimento (o abuso) pode acontecer de diversas formas: fisicamente, emocionalmente, psicologicamente, verbalmente e sexualmente. A relação é tomada por dominação, humilhação, ameaças, chantagens e medo. Em casais é um terror que não se revela nos primeiros encontros, mas se implanta ao longo do tempo até alcançar níveis cada vez mais altos de abusividade. O controle é uma forma que o abusador encontra de manter a relação: controle do que se veste, com quem sai ou fala, para onde vai, controle financeiro, etc. A ameaça é a forma de “prender” o outro na relação e muitas vezes ela vem juntamente com a agressão. E fazer a parceria se sentir inferior ou culpada por tudo é a maneira de detê-la na dependência e no castigo. Por esse tipo de jogo ser tão malignamente articulado as pessoas sentem mais dificuldade em parar, refletir e sair. São muitos os danos. O que fazer? Ao perceber que a relação é perigosa, abusiva e violenta é necessário comunicar, buscar apoio, denunciar e buscar atendimento psicológico. Isso porque relações abusivas deixam traumas que são difíceis de enfrentar sem ajuda. Infelizmente as pessoas que passam por isso podem se sentir merecedoras da dor que lhes foi causada (o que não é verdade). E é no acolhimento especializado que se poderá voltar a se reconhecer e fazer escolhas em prol do próprio bem-estar outra vez. A psicoterapia É fundamental reconhecer os sinais de relações tóxicas, destrutivas ou abusivas e buscar apoio profissional. Nenhuma forma de sofrimento ou violência deve ser normalizada. A psicoterapia pode ajudar a identificar esses padrões, fortalecer a autoestima e apoiar decisões mais saudáveis para a vida afetiva. Se o amor é forçado, ele não é amor. Contribuição de Jonatas Oliveira  para este espaço.

  • Verdades que libertam os relacionamentos

    Sobre o que é este post: Desmistificação do amor ideal ou "perfeito". Na cultura popular, o amor é frequentemente envolto por mitos sedutores. São ideias romantizadas que, apesar de parecerem inofensivas, podem gerar frustrações profundas e expectativas irreais. Desconstruir essas fantasias não significa negar a beleza dos vínculos afetivos, mas sim permitir que eles encontrem embasamento em algo mais verdadeiro, possível e duradouro. A seguir, vamos explorar algumas dessas crenças populares que podem sabotar relacionamentos reais e maduros. Vamos refazer um caminho e encontrar reflexões mais saudáveis sobre o amor e a convivência. “Alma gêmea” é um mito! A ideia de que existe uma única “alma gêmea” destinada a nós, uma pessoa perfeita, complementar e sem falhas, é encantadora... mas irreal. Essa crença pode dificultar a aceitação do outro em sua humanidade: com erros, contradições, histórias e limites. Relacionamentos não são encontros mágicos entre metades perfeitas, mas construções conjuntas entre pessoas imperfeitas que se escolhem dia após dia. A verdade é que há muitas possíveis compatibilidades ao longo da vida. O que realmente importa é encontrar alguém com quem você possa partilhar valores e projetos. E que deseje caminhar ao seu lado com comprometimento e honestidade. “Paixão eterna” é um mito! Nos estágios iniciais do relacionamento, a paixão parece infinita. Há adrenalina, fascínio, desejo constante. Mas esse estado alterado da consciência amorosa não é feito para durar indefinidamente. E é bom que seja assim! Com o tempo, a relação entra em uma fase mais estável, em que o afeto se transforma em intimidade, cumplicidade e parceria. O declínio da paixão não significa o fim do amor; significa a transição para uma forma mais madura e profunda de vínculo. E sim, é possível reacender o desejo e a excitação: por meio de experiências novas, momentos significativos e disposição mútua para redescobrir um ao outro com curiosidade. “Felizes para sempre” é um mito! Relacionamentos não seguem uma linha reta e ascendente. Eles são feitos de ciclos, rupturas, reconciliações, aprendizados e fases diversas. A felicidade conjugal não é um estado permanente, mas um processo dinâmico. A chave está na disposição de crescer juntos, acompanhar as transformações do outro, e cultivar flexibilidade frente aos desafios inevitáveis. Nem todos os momentos serão leves, mas isso não invalida a relação, desde que haja presença, escuta e esforço mútuo. “Adivinhar o que o outro pensa” é um erro clássico! A suposição de que o verdadeiro amor “adivinha” o que sentimos é enganosa. Muitos casais acreditam que, se o outro realmente os ama, saberá o que se passa em seu interior, sem necessidade de explicações. Essa ideia promove frustração e pode ser perigosa quando incentiva o silêncio. O amor não confere poderes telepáticos. A comunicação clara e aberta é o que permite que o outro nos compreenda e se conecte com nossas emoções de forma verdadeira. Falar sobre o que sentimos e precisamos é um gesto de confiança e maturidade relacional. Competição no casal destrói a parceria. Embora a queixa mais comum em relacionamentos seja a “falta de comunicação”, muitas vezes o problema está na lógica da competição: “Eu fiz isso, agora é a sua vez”; “Você não se esforça tanto quanto eu”. Essa mentalidade coloca os parceiros em lados opostos, como se estivessem competindo entre si, em vez de colaborando para uma vida comum. O relacionamento vira um jogo onde um precisa ser melhor que o outro. Mas num vínculo saudável, ambos estão no mesmo time. Se um se esgota, o outro também será afetado. Às vezes, será necessário buscar apoio externo ou simplesmente aceitar que algumas tarefas ficarão para depois, o que é normal. Proteger a relação é mais importante do que ganhar uma disputa de casal. Ignorar os problemas não faz eles sumirem. É comum que casais evitem conversas difíceis no início, acreditando que o amor será suficiente para superar qualquer divergência. Mas, na realidade, existem conflitos que são crônicos e não desaparecem com o tempo, apenas se transformam ou se intensificam. Por isso, é fundamental identificar se as diferenças entre vocês são solucionáveis ou perpétuas. Algumas questões (valores, estilo de vida, objetivos pessoais…) precisam ser discutidas com honestidade desde o início. Não se trata de concordar em tudo, mas de compreender se é possível conviver com as divergências sem comprometer o bem-estar e o respeito mútuo. Finalmente é importante que o casal não compre ideias irreais sobre relacionamentos perfeitos. Cada um de nós carrega uma história e continua a construí-la na relação e com a parceria. Portanto, a “receita de bolo” é muito particular e tentar pegar uma receita pronta pode ser um desastre. Amar é real e exige realismo! Amar não é viver um conto de fadas. É encarar o outro com lucidez e afeto, sabendo que ele não veio para completar nossas faltas, mas para compartilhar caminhos. Amar é negociar, aprender, perdoar, recomeçar. Quanto mais desmitificamos o amor, mais espaço damos para que ele floresça de verdade. Contribuição de Jonatas Oliveira  para este espaço.

  • O que são os Transtornos da Personalidade?

    Sobre o que é este post: Cuidados em Saúde Mental Sem julgamento. Com compreensão. Transtornos da personalidade são condições complexas e profundamente enraizadas no modo como uma pessoa percebe, pensa, sente e se comporta (tanto consigo mesma quanto em relação aos outros). Essas dificuldades não se manifestam como meras escolhas inadequadas ou fases passageiras. São modos persistentes de funcionamento psíquico e relacional que interferem de maneira significativa na vida cotidiana, nos vínculos afetivos e na forma de lidar com os próprios conflitos. Antes de falarmos mais especificamente sobre alguns desses transtornos, é importante avisar: Nem sempre a pessoa percebe que está vivenciando um transtorno de personalidade. Receber um diagnóstico não é, por si só, suficiente para que tudo se esclareça ou se resolva. Somente profissionais da saúde mental estão habilitados a realizar um diagnóstico com precisão.  A internet não substitui uma escuta clínica especializada. Portanto, não se convença com achismos ou diagnósticos expostos em redes sociais. Buscar um tratamento é necessário. O tratamento possibilita o desenvolvimento de formas mais seguras, equilibradas e funcionais de se estar no mundo e nas relações. Comparar quem lida com um transtorno de personalidade a pessoas que não passam pela mesma experiência pode invalidar vivências legítimas e dificultar o apoio necessário Agora, vamos compreender algumas manifestações específicas de alguns transtornos. Sempre lembrando que o diagnóstico é clínico e que cada sujeito é único, com sua história, seus afetos e suas possibilidades. Transtorno da Personalidade Antissocial Caracteriza-se por um padrão persistente de desrespeito e violação dos direitos dos outros. São comuns comportamentos egocêntricos, manipuladores, desonestos e impulsivos. Pode haver indiferença diante das consequências dos próprios atos, além de tendência à hostilidade e à exposição a riscos. Ainda assim, é possível trabalhar, sobretudo no contexto terapêutico e familiar, estratégias de contenção, responsabilização e compreensão, buscando prevenir ações prejudiciais a si e aos outros. Transtorno da Personalidade Evitativa Envolve uma inibição social marcada, sentimentos de inadequação e hipersensibilidade à avaliação negativa. A pessoa frequentemente evita situações sociais por medo da crítica ou rejeição, o que impacta diretamente na formação de vínculos íntimos e duradouros. O tratamento psicológico busca fortalecer a autoestima, desenvolver habilidades sociais e promover uma vivência mais segura dos próprios afetos. Transtorno da Personalidade Borderline A instabilidade é o traço mais evidente: flutuações intensas de humor, imagem própria e relações interpessoais. Há um sentimento crônico de vazio, impulsividade e uma profunda dificuldade em regular as emoções. Relações podem oscilar entre idealização extrema e desvalorização repentina. Nestes casos, o suporte terapêutico (muitas vezes aliado à farmacoterapia) é essencial para a construção de estabilidade emocional, autocompreensão e empatia. Transtorno da Personalidade Narcisista Muito além da vaidade superficial, esse transtorno envolve uma necessidade intensa de admiração, fantasias de grandiosidade e dificuldade em reconhecer os sentimentos alheios. Embora pareça autoconfiante, a autoestima frequentemente é frágil e dependente de validação externa. A psicoterapia auxilia no contato com a realidade emocional, na construção de vínculos mais autênticos e na ampliação da empatia. Transtorno da Personalidade Obsessivo-Compulsiva Há um padrão de perfeccionismo, rigidez, controle excessivo e preocupação com ordem e regras. A espontaneidade é inibida, e o julgamento próprio tende a ser severo. Essa busca constante por desempenho ideal pode prejudicar relações, trabalho e bem-estar geral. Com tratamento, é possível ressignificar essa dedicação em algo mais flexível, criativo e emocionalmente acessível. Transtorno da Personalidade Esquizotípica Caracteriza-se por comportamentos excêntricos, pensamentos mágicos, desconfiança e dificuldade em estabelecer relações íntimas. A pessoa pode ter percepções distorcidas de si e dos outros, com interpretações equivocadas das intenções alheias. Há um isolamento afetivo e social significativo. A psicoterapia, aqui, é um espaço privilegiado para fortalecer o senso de realidade, melhorar a capacidade relacional e desenvolver autocompreensão. Outros Transtornos da Personalidade: Paranoide - traz a desconfiança como uma característica importante; Esquizoide - apresenta o distanciamento das relações sociais; Histriônica - marcada pela busca excessiva por atenção e uma emocionalidade que criam um padrão muito singular de comportamento; Depedente - traz em seu comportamento a submissão, o apego e a necessidade excessiva de cuidado. Este texto não pretende detalhar cada Transtorno da Personalidade, mas busca aproximar o leitor de uma realidade que muitas vezes é ignorada no contexto social e até alvo de piadas (coisa tal que não podemos aceitar). Quem convive com essa realidade está em sofrimento e infelizmente tende a buscar soluções nem sempre adequadas. Portanto, é necessário fazer o conhecimento chegar e transformar o contexto de algum modo que seja positivo.  Não há motivo para vergonha. Buscar ajuda é um ato de coragem e cuidado. Se você se reconhece em alguns dos comportamentos descritos aqui, procure orientação profissional. Cuidar da saúde mental é cuidar da vida e também das suas relações. O diagnóstico, quando bem conduzido, não rotula: ele direciona. O tratamento, por sua vez, oferece caminhos reais para mudanças possíveis e sustentáveis. Entender o que se passa dentro de si é o primeiro passo para transformar o que acontece fora. Cuide-se. Abra-se para a possibilidade de alívio, autonomia e novos sentidos. Contribuição de Jonatas Oliveira  para este espaço.

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