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- Permita-se compartilhar o que sente.
Se não podemos contar com quem amamos, com quem dividimos a vida, com quem mais poderíamos? Enviado por: Jéssyca Martins Até quando você vai guardar tudo aí dentro? Essa pergunta ecoa em muitos corações cansados de conter o que sentem. É comum ouvirmos frases como “venho guardando tudo só para mim há anos”, “não quero preocupar minha família” ou “não choro na frente dos meus filhos”. Mas, ao tentar proteger os outros das nossas dores, acabamos nos afastando deles, e, muitas vezes, de nós mesmos. O medo de ser um fardo, de demonstrar vulnerabilidade ou de ser julgado, faz com que muitas pessoas silenciem suas emoções. Contudo, o silêncio prolongado não cura; ele pesa. Guardar demais é como encher um copo que, cedo ou tarde, transborda. Se não podemos contar com quem amamos, com quem dividimos a vida, com quem mais poderíamos? As relações verdadeiras se fortalecem quando há espaço para o afeto, a escuta e também para a dor. Além disso, é importante lembrar que a reciprocidade é a base de qualquer vínculo saudável. Se você se mostra presente quando o outro precisa, por que acreditar que não merece o mesmo cuidado? Amar também é permitir-se ser cuidado. Falar, chorar e pedir ajuda não são sinais de fraqueza, são expressões de humanidade. Guardar tudo pode parecer um ato de força, mas, na verdade, é uma forma silenciosa de sofrimento. Permita-se compartilhar o que sente, abrir espaço para o diálogo e acolher o próprio coração. As relações só se tornam verdadeiramente significativas quando há troca, quando o “estou aqui por você” vale nos bons e nos maus momentos. Afinal, cuidar um do outro é o que torna o viver mais leve e o amor mais real.
- Meu psicólogo me encaminhou para a psiquiatria. E agora?
Você recebeu uma recomendação para iniciar o uso de medicação em conjunto com seu tratamento psicológico? Aqui estão algumas informações importantes: Enviado por: Jonatas Oliveira Em primeiro lugar, o uso de medicamentos psicotrópicos é uma das ferramentas mais importantes no cuidado em saúde mental. Eles atuam diretamente sobre os neurotransmissores, que são substâncias químicas responsáveis pela comunicação entre os neurônios e que auxiliam na regulação de processos emocionais, cognitivos e fisiológicos. Em muitos tratamentos, esse “encaminhamento” é essencial e acontece em conjunto com o acompanhamento psicológico que garante a segurança e eficácia do tratamento de modo geral. O que o médico psiquiatra receitou? Ansiolíticos e Calmantes: São medicamentos que agem potencializando a ação do GABA (ácido gama-aminobutírico) , o principal neurotransmissor inibitório do sistema nervoso central (SNC) . O GABA tem efeito depressor sobre a atividade cerebral, ajudando a reduzir a agitação, induzir o sono e proporcionar sensação de relaxamento. O que vai acontecer? Como resultado, os sintomas físicos e psíquicos da ansiedade (tremores, sudorese, taquicardia, pensamentos acelerados, dificuldade de concentração e sensação de desprazer) tendem a diminuir. No entanto, o uso prolongado dos benzodiazepínicos não é recomendado. Eles podem levar à tolerância (quando o corpo passa a precisar de doses maiores para obter o mesmo efeito), exigindo cuidado rigoroso na prescrição e na retirada gradual, sempre sob supervisão médica. Por isso, é importante seguir as orientações profissionais. Se você vai usar Antidepressivos: Saiba que eles atuam principalmente sobre dois neurotransmissores fundamentais para o equilíbrio emocional: serotonina e noradrenalina . Diferentemente do que muitos pensam, esses medicamentos não provocam uma “falsa alegria”, mas restabelecem o equilíbrio do humor para que emoções como tristeza ou euforia sejam vivenciadas dentro de limites saudáveis. O objetivo dos antidepressivos é evitar que a pessoa permaneça em estados de sofrimento intenso, desproporcional ou sem motivo aparente, caracterizados por sintomas como perda de apetite, insônia, crises de choro, culpa excessiva, dificuldade de concentração ou desinteresse generalizado. Embora sejam frequentemente prescritos em casos de depressão , também podem auxiliar no tratamento de transtornos de ansiedade , TOC , transtornos alimentares e transtornos do pânico . Seu efeito, no entanto, é gradual e costuma aparecer após cerca de quatro semanas de uso contínuo. Por isso, em alguns casos, são combinados temporariamente com benzodiazepínicos para o controle inicial dos sintomas. E, se no seu caso, houve a inserção de Antipsicóticos: Eles bloqueiam a ação de determinados neurotransmissores, especialmente a dopamina , relacionada à motivação, ao prazer e à sensação de recompensa. Essa regulação é fundamental em quadros psicóticos , em que há distorções significativas da realidade. Esses medicamentos ajudam a controlar sintomas como alucinações auditivas (vozes que criticam, insultam ou ordenam comportamentos) e delírios , frequentemente de cunho persecutório, nos quais a pessoa acredita estar sendo vigiada, enganada ou vítima de conspirações. Seu uso deve ser monitorado cuidadosamente, pois atua em funções cerebrais complexas e pode causar efeitos colaterais significativos se utilizado de forma inadequada. Mais uma vez: é necessário acompanhamento profissional! Para não esquecer! A medicação deve ser parte de um plano terapêutico amplo , que inclua acompanhamento psicológico, estratégias de autocuidado, mudanças de hábitos e suporte social. Medicamentos não substituem o processo terapêutico, mas o complementam , quando bem indicados e monitorados. Igualmente, terapia não anula a necessidade de medicação. Quando o quadro clínico requer mais do que as intervenções psicológicas, é importante não ignorar. Não fique com dúvidas. Pergunte, peça para repetir, informe-se, só não deixe de se cuidar como você merece e precisa.
- Presentes no presente.
De que maneira o progresso tecnológico e a cultura do imediatismo afetam nossa capacidade de nos mantermos presentes no momento atual? Enviado por: Jéssyca Martins Vivemos em uma era em que as telas nos cercam por todos os lados: celulares cada vez mais tecnológicos, tablets, notebooks e até relógios digitais que nos mantêm conectados o tempo todo. Sem perceber, fomos sendo tomados pela lógica da produtividade, aquela que nos convence de que não podemos parar, de que o valor está em fazer sempre mais. Nesse movimento, acabamos nos desconectando de nós mesmos. Tornamo-nos parte de uma sociedade que não tem tempo para simplesmente ser, existir e sentir. A pressa cotidiana nos atropela e, na tentativa de dar conta de tudo, deixamos de acolher o que há dentro de nós. Quando surge a tristeza, tentamos abafá-la; quando aparece a raiva, buscamos escondê-la. Mas será que é permitido sentir? No processo psicoterapêutico, especialmente sob uma abordagem fenomenológica, há um convite para o encontro consigo mesmo, um espaço em que o outro pode se ver, se acolher e simplesmente ser. Essa experiência é profundamente valiosa, pois nos lembra que não é possível ultrapassar as emoções que julgamos negativas sem antes reconhecê-las. Vivemos em uma cultura que responde automaticamente ao “tudo bem?”, sem realmente refletir sobre o que sente. Talvez porque a escuta verdadeira, tanto de si quanto do outro, requeira um tempo que já não nos damos mais. Qual é o tempo que você reserva para si no cotidiano? Apenas no fim de semana? Ou nem isso? A dificuldade de pausar para si revela também a dificuldade de pausar para o outro. Assim, multiplicam-se pessoas excessivamente ansiosas, que não esperam, não respiram, não sentem, apenas seguem. Retomar o contato com o próprio sentir é um ato de coragem em tempos de pressa. Parar não é perder tempo: é reencontrá-lo. Ao nos permitirmos viver o que sentimos, abrimos espaço para uma existência mais autêntica e humana. Em meio ao ruído das telas e da produtividade, talvez o maior gesto de resistência seja aprender a estar, verdadeiramente, presentes em nós mesmos.
- Saúde Mental e Educação
O ambiente escolar pode se tornar uma fonte de frustração e fracasso? Enviado por: Jonatas Oliveira Os desafios na educação são muito mais do que a simples dificuldade de aprender. Eles têm um impacto profundo na autoestima, na identidade e na saúde mental das pessoas. Quando o ambiente escolar, que deveria ser um lugar de crescimento, se torna uma fonte de frustração e fracasso, o sofrimento emocional pode ser enorme. Para entender essa relação da Saúde Mental com o período escolar é necessário conhecer quais os problemas mais relatados por estudantes, familiares e profissionais da educação. Também é preciso lembrar que as dificuldades educacionais são diversas e podem afetar pessoas de todas as idades. Vejamos: De modo geral, destacam-se duas temáticas: O Analfabetismo e a Indisponibilidade. A falta de alfabetização ou uma escolaridade insuficiente é uma barreira que impede a pessoa de ter autonomia, de se expressar e de participar plenamente da sociedade. Além do prejuízo financeiro (pela dificuldade de encontrar empregos melhores), o analfabetismo pode causar sentimentos de vergonha, exclusão e inferioridade. Quanto à Indisponibilidade, milhões de pessoas não têm acesso à educação de qualidade devido a fatores como a pobreza, a distância das escolas, a falta de recursos ou as responsabilidades familiares. A impossibilidade de estudar pode causar um sentimento de desesperança e de que a pessoa não terá um futuro melhor. Um olhar mais atento revela que os Exames e o Baixo Rendimento também são pontos de destaque. A reprovação e a pressão por um bom desempenho em exames podem ser uma fonte de grande estresse. O medo de falhar pode levar à ansiedade, ao pânico e a uma aversão à escola. A reprovação, em particular, pode minar a autoestima e a motivação, e fazer com que a pessoa se sinta "burra" ou incapaz. O baixo rendimento, por sua vez, pode ter várias causas, como a falta de apoio em casa, dificuldades de aprendizagem (como dislexia ou TDAH), problemas de saúde mental (como a depressão ou a ansiedade) ou bullying. Se a causa não for identificada e tratada, o baixo desempenho pode levar a um ciclo de frustração e fracasso. Qual a relação entre a Escola e a Saúde Mental? A saúde mental e o desempenho educacional estão intimamente ligados em um ciclo de causa e efeito. O fracasso na escola pode levar a problemas de saúde mental. A baixa autoestima, o sentimento de inadequação e a vergonha podem ser gatilhos para a depressão, a ansiedade social e até mesmo para a automutilação. A pessoa pode se sentir um "fracasso" e não conseguir ver um futuro promissor. O oposto também é verdade. Um transtorno de saúde mental pode prejudicar o aprendizado. A depressão pode levar à perda de interesse e de energia, o que dificulta a concentração. A ansiedade pode causar um bloqueio mental em exames. O TDAH (entre outros quadros clínicos) pode dificultar a atenção e a organização, tornando o aprendizado uma tarefa difícil. É preciso cuidar. Lidar com problemas educacionais requer uma abordagem multifacetada. A solução não está apenas em "estudar mais", mas em abordar as causas subjacentes. Aqui, deixo algumas orientações: Identifique o problema: O primeiro passo é entender o porquê do problema. É uma dificuldade de aprendizagem? É ansiedade? É a falta de apoio em casa? Inicie um acompanhamento psicológico: Um psicólogo pode fazer uma avaliação para identificar dificuldades de aprendizagem e transtornos de saúde mental. Esse apoio pode ajudar a pessoa a desenvolver novas estratégias e a construir a autoestima. Apresente a preocupação na escola: A escola pode oferecer adaptações, como a extensão do tempo de exames, ou o suporte de um professor particular. Atue como um bom suporte familiar: O apoio emocional dos pais é crucial. Em vez de criticar, eles devem oferecer um ambiente de segurança, incentivo e compreensão. Finalmente, se você observou que o período escolar está sendo menos prazeroso ou nota que as dificuldades são demasiadas e não é assim com os demais estudantes, não perca tempo com julgamentos. Lembrar que o valor de uma pessoa não é medido por suas notas na escola é um ato humano. O sucesso educacional é bom, mas a saúde mental é o mais importante de tudo. Busque ajuda especializada e não tente ignorar o problema ou resolver por conta própria. Uma comunidade inteira pode e deve ajudar.
- Estamos mais sensíveis ao feedback social e muito mais hiperconectados.
É fundamental espetacularizar a vida nas redes sociais para existir ou é possível viver sem tamanha exposição? Enviado por: Jonatas Oliveira No mundo contemporâneo, a exposição tornou-se moeda social. Redes digitais transformaram o cotidiano em palco e fizeram da popularidade um critério de valor. Mas será que é preciso transformar a vida em espetáculo para ser reconhecido? A dificuldade em desconectar é um dos impactos psicológicos, dada a dependência que impede o estabelecimento de limites saudáveis para o uso de telas. A fadiga mental se manifesta pela constante multitarefa digital, que sobrecarrega o cérebro, levando à perda de foco e criatividade. Além disso, a hiperconectividade está associada ao aumento da ansiedade, depressão e outros transtornos relacionados ao uso excessivo da tecnologia e, nosso foco neste texto: a exposição. A vida precisa de espetáculo? O valor pessoal não se confunde com fama. O verdadeiro valor nasce da competência, da consistência no trabalho e da ética na postura. O espetáculo pode ampliar a visibilidade, mas não garante confiança. Muitas vezes, a teatralização excessiva fragiliza a credibilidade, porque reduz a profundidade ao imediatismo da performance. O valor pessoal depende da popularização? Não. Popularidade é um fenômeno de massa; o valor pessoal é uma conquista de reconhecimento entre pares e pela sociedade. Há pessoas discretas, quase anônimas, que transformam vidas com um impacto mais “silencioso”. Popularidade pode ser um recurso estratégico, mas não é requisito para se consolidar como referência, se essa é a intenção. Quais são os benefícios e riscos da exposição da vida privada? Aparição demasiada pode gerar proximidade e identificação com um público, fortalecendo vínculos. No entanto, também pode produzir pressões psicológicas : invasão de privacidade, dificuldade em manter limites e a sensação de que a vida está constantemente sob julgamento. Do ponto de vista da saúde mental, essa superexposição favorece ansiedade, insegurança e desgaste emocional. A ilusão de uma “vida perfeita” também contribui para comparações sociais nocivas, tanto para a pessoa que se expõe quanto para quem a acompanha. A hiperconectividade, apesar de promover a conexão virtual com muitas pessoas, pode resultar em vazio e solidão, pois o isolamento no mundo real pode ocorrer, trocando-se encontros presenciais por interações online. Como evitar as “garras” da espetacularização? Cuidado com a “necessidade” do virtual: A hiperconectividade afeta de várias maneiras. Nota-se, por exemplo, que as pessoas se comparam excessivamente com os outros, visualizando apenas os "melhores momentos" nas redes, o que pode gerar sentimentos de inferioridade. E a busca por aprovação social pode transformar-se em uma "corrida" por curtidas e comentários, onde o valor pessoal é, por vezes, medido pela percepção alheia. Se a vida profissional exige um cartaz: A exposição profissional não exige a divulgação da vida privada. Embora as redes sociais digitais incentivem a publicização de tudo, não é imperativo seguir essa tendência. Uma vez que o seu trabalho já demanda visibilidade, expor a vida pessoal pode gerar ansiedade e confundir métricas, criando expectativas desnecessárias. A autenticidade, nesse contexto, é a melhor escolha. Se há um desejo por expor a rotina ou conquistas: É crucial entender que nem todo conteúdo é adequado para ser postado. Embora curtidas, comentários, seguidores e até mesmo os 'haters' sejam frequentemente atraídos por conteúdo apelativo, o impacto negativo de uma exposição ilimitada pode ser devastador. Apesar de nossa natureza social, não estamos preparados para a total falta de privacidade. Cada indivíduo necessita de um espaço pessoal para introspecção, desenvolvimento da individualidade e vivência da solitude. Abrir mão desse espaço não é saudável e, invariavelmente, as consequências virão. O valor da discrição A hiperconectividade torna as pessoas mais sensíveis ao feedback social , já que estão constantemente expostas a informações e comparações nas redes sociais. Isso aumenta a busca por validação através de curtidas e comentários, o que pode levar a ansiedade, depressão e isolamento. O desejo de responder rapidamente a mensagens e a exposição contínua ao sucesso dos outros contribuem para a insegurança e o medo de ficar para trás. Escolher uma vida discreta é preferir a profundidade e não o “palco” , ganhando serenidade, coerência e liberdade. O reconhecimento, nesse caso, não vem de curtidas, mas da confiança genuína construída com amigos, familiares e a comunidade. Se a discrição faz sentido para você, mantenha-se fiel a ela. Essa escolha não é um problema; há uma vida rica e plena além das telas. Se, por outro lado, você sente a necessidade de se expor, prepare-se para as repercussões e trabalhe sua mente para não se perder em um fluxo insano. Opte sempre pelo que lhe é mais agradável, priorizando seu bem-estar. Tanto o mundo real quanto o virtual podem gerar ansiedade, depressão e outras condições psicológicas. Cuidar da nossa mente para evitar situações prejudiciais ou para sair delas quando se tornam destrutivas nos ajuda a seguir em frente com harmonia, tornando-nos protagonistas de nossos próprios caminhos.
- O conceito de casamento evoluiu.
Será que o conceito de casamento evoluiu ou ainda estamos presos às expectativas de gerações passadas? Enviado por: Jonatas Oliveira No passado, ter alguém para compartilhar os desafios, as conquistas e a rotina era fonte de bem-estar e segurança. Hoje, continua sendo. Assim como em tantas áreas da vida, as “coisas de casal” parecem se repetir nos ciclos familiares. E, por mais que pesquisas mostrem que pessoas casadas relatam níveis de felicidade mais altos do que as solteiras, se isso não foi vivido nas gerações anteriores da nossa família, tendemos a acreditar que não será possível para nós também. A verdade é que não é o casamento em si que garante satisfação, mas a qualidade do vínculo . Se conseguirmos deixar de lado crenças herdadas de sistemas familiares marcados por casamentos infelizes e pensarmos em como fazer diferente, podemos começar pelos velhos clichês: comunicação, apoio e propósito . É isso que permite enfrentar problemas juntos com respeito, ter a certeza de contar com o outro em momentos difíceis e alinhar sonhos para fortalecer a caminhada a dois. Cada casamento constrói sua própria identidade. Para alguns, a felicidade pesa mais do que o dinheiro. Para outros, a realização está em ter filhos ou em desenvolver projetos compartilhados. O essencial é como o casal lida com os desafios da conjugalidade. O “amor romântico”, por si só, não sustenta uma relação. Amizade, companheirismo e confiança são os elementos que mantêm viva a vontade de construir uma história longa a dois. E o que se espera de um cônjuge atualmente? Que seja melhor amigo, alguém com quem rir, conversar e dividir a vida. Que seja parceiro nas tarefas, dividindo responsabilidades de forma justa. Que seja cúmplice e incentivador, apoiando sonhos pessoais e profissionais. Que seja porto seguro emocional, oferecendo escuta e acolhimento. Diante de tantas expectativas, não é de estranhar que alguns escolham não se candidatar a essa posição. O casamento evoluiu. Hoje, as pessoas pensam mais antes de tomar essa decisão, buscam independência e experiências individuais antes de se unirem a alguém e reconhecem novas formas de união. Isso mostra que a instituição se ampliou para refletir a diversidade da sociedade atual. Atualmente, a maioria de nós não adere mais a ideias ultrapassadas sobre o casamento, optando por uma escolha madura. As pessoas não se casam mais por obrigação, e sim por escolha. E essa escolha pede consciência, esforço e disposição para cultivar relações baseadas em respeito, amizade e igualdade. E você, já desenvolveu a sua própria ideia sobre o que significa essa mudança de status?
- Os problemas familiares afetam o futuro das crianças?
Entenda o que é uma Família Disfuncional e saiba quais são os seus impactos no desenvolvimento infantil. Enviado por: Jonatas Oliveira O ambiente familiar exerce papel central na formação emocional, social e psicológica dos indivíduos. Quando a estrutura familiar é permeada por padrões disfuncionais, o desenvolvimento das crianças pode ser gravemente comprometido. Quando falamos em “Família Disfuncional" lembramos dos contextos em que a convivência é marcada por comunicação inadequada, vínculos fragilizados, ausência de apoio emocional e práticas parentais prejudiciais. Essas configurações comprometem não apenas a segurança emocional, mas também a integridade psíquica dos seus membros. O que é uma Família Disfuncional? Uma família é considerada disfuncional quando falha em suprir as necessidades de seus membros, sejam elas físicas, emocionais ou cognitivas. Isso pode se manifestar através de abusos, conflitos constantes, dependência química, transtornos mentais não tratados, papéis familiares confusos, ausência de limites e regras claras, e uma estrutura familiar geralmente frágil. Crianças expostas a um ambiente tóxico, como uma família violenta ou abusiva, vivenciam um profundo desamparo psicológico e físico. Sentem-se incapazes de se autoproteger, oprimidas pela autoridade de cuidadores que as maltratam. Em Famílias Disfuncionais, observa-se frequentemente que a criança tende a obedecer sem questionar, mesmo quando as demandas lhe causam sofrimento. E com o tempo, esse padrão destrutivo pode se manifestar por meio da identificação com a hostilidade. Existem tipos de Famílias Disfuncionais: As famílias consideradas disfuncionais não são homogêneas, apresentando características diversas. A literatura especializada aponta para a existência de "tipos" bem definidos. Contudo, é comum que uma Família Disfuncional combine traços de diferentes tipos, resultando em um diagnóstico que abrange várias das categorias apresentadas: Alto nível de conflito: Discussões frequentes, gritos, hostilidade e, em alguns casos, violência física. Interações permeadas por tensão constante, impedindo o desenvolvimento de um ambiente seguro. Abusiva: Há práticas de violência física, psicológica, sexual ou emocional, nas quais um ou mais membros são sistematicamente feridos em sua integridade e dignidade. Negligente: Caracteriza-se pela omissão no cuidado com as necessidades básicas dos filhos, como alimentação, higiene, supervisão, atenção e afeto. Controladora: Os responsáveis exercem controle rígido e invasivo sobre as decisões e comportamentos dos filhos, comprometendo sua autonomia e desenvolvimento da identidade. Perfeccionista: Impõe padrões elevados de desempenho e comportamento, valorizando excessivamente a aparência e o sucesso. Os erros são punidos ou desvalorizados, gerando medo de falhar e insegurança. Emocionalmente distante: Há pouca ou nenhuma demonstração de afeto. Os vínculos são frios e formais, e a comunicação tende a ser superficial ou inexistente. Caótica: Ausência de rotina, regras e estabilidade. As funções parentais são mal definidas e há uma inversão de papéis, em que muitas vezes as crianças assumem responsabilidades que não lhes cabem. Invalidante: As experiências emocionais dos membros são constantemente desvalorizadas, negadas ou ridicularizadas, o que prejudica a autoconfiança e a capacidade de expressar sentimentos. Com dependência química: A presença de álcool, drogas ou vícios comportamentais compromete a estabilidade da rotina familiar, gerando imprevisibilidade, violência e insegurança emocional. Com transtornos mentais não tratados: Quando os pais ou cuidadores apresentam quadros psicopatológicos graves sem acompanhamento adequado, os filhos ficam expostos a dinâmicas instáveis e, por vezes, perigosas. As crianças sofrem: O desenvolvimento infantil em contextos disfuncionais está frequentemente associado a prejuízos duradouros. As crianças podem manifestar baixa autoestima e sentimentos crônicos de insegurança, dificuldades em estabelecer e manter vínculos afetivos saudáveis, sintomas de transtornos emocionais como ansiedade, depressão e estresse pós-traumático, comprometimento no rendimento escolar e dificuldades cognitivas, distúrbios alimentares e do sono, maior vulnerabilidade ao uso de substâncias psicoativas, e comportamentos de evitação, agressividade ou isolamento. Esse é o dilema dos filhos que crescem em famílias disfuncionais. Com frequência, eles se veem obrigados a escolher entre sua própria percepção da realidade e a de seus pais. Ignorando o que seus próprios olhos e ouvidos lhes dizem, acabam por aceitar a visão de mundo imposta, como se fosse a única verdade. Em famílias gravemente adoecidas, há poucas trocas seguras e prazerosas de pensamentos entre os membros, limitando o tempo e a segurança emocional para que se possa sentir o peso das percepções antes de lhes atribuir algum significado. Nesse sentido, as crianças sofrem durante o seu desenvolvimento, e esse sofrimento, somado às demais camadas sociais nas quais serão inseridas, carrega consigo experiências traumáticas e dificuldades enfrentadas em diversas esferas, cuja repercussão tem dimensão incalculável. É possível mudar? A disfunção familiar, muitas vezes, não anula o afeto, mas tece padrões que ferem a convivência e impedem o florescimento individual. Reconhecer essas dinâmicas é o início do que podemos chamar de “cura”, o primeiro passo para romper o ciclo de dor que se perpetua por gerações. Na escuta terapêutica qualificada, em um espaço de acolhimento e compreensão, a dor não é negada, as experiências são ressignificadas e a autonomia pode ser resgatada. Afinal, nenhuma criança deveria jamais duvidar de seu valor, e nenhum ser humano merece carregar o peso de um ambiente sufocante. É crucial lembrar: seu controle se limita ao seu próprio comportamento. Este é o desafio central ao buscar mudanças no ambiente familiar. Se há em você a disposição para ajustar o curso, então o processo de mudança já foi iniciado.
- Inibição, Flexibilidade Cognitiva, Hiperfoco e o que isso tem a ver com Neurodivergência.
Essas funções podem apresentar particularidades que impactam o dia a dia. Enviado por: Jonatas Oliveira As funções executivas são um conjunto de habilidades cognitivas de alto nível que nos permitem planejar, organizar, iniciar e completar tarefas, além de regular nosso comportamento e emoções. Na Neurodivergência, como no Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e no Transtorno do Espectro Autista (TEA), essas funções podem apresentar particularidades que impactam o dia a dia. Vamos explorar três delas: Inibição, Flexibilidade Cognitiva e Hiperfoco. A Inibição funciona como o nosso “freio mental” A Inibição é a capacidade de controlar impulsos, pensamentos irrelevantes e comportamentos inadequados. Ela atua como um "freio mental", impedindo-nos de agir ou falar impulsivamente, de nos distrairmos facilmente ou de sermos dominados por pensamentos intrusivos. Quando temos dificuldades com a inibição, essas dificuldades podem aparecer de diferentes formas: Dificuldade em inibir impulsos: Pode manifestar-se como falar sem pensar, interromper os outros, dificuldade em esperar a vez, ou tomar decisões precipitadas. Dificuldade em inibir distrações: O ambiente externo (sons, movimentos) ou interno (pensamentos) pode ser avassalador, dificultando a concentração em uma tarefa específica. Dificuldade em inibir respostas: Em algumas situações, pode haver uma tendência a reagir de forma exagerada a estímulos, ou dificuldade em "desligar" de um estado emocional. É importante compreender quais são as dificuldades apresentadas nos diagnósticos clínicos de Neurodivergência e qual a intensidade delas para que o melhor tratamento seja apresentado. Daí a importância de uma boa avaliação psicológica e um bom acompanhamento. A Flexibilidade Cognitiva é a nossa capacidade de adaptação. A capacidade de se adaptar a novas situações, alternar entre tarefas, mudar de perspectiva e encontrar soluções criativas para problemas. É essa habilidade que nos permite superar obstáculos quando os planos não saem como esperado: Flexibilidade Cognitiva . Na Neurodivergência a Flexibilidade Cognitiva se torna um “desafio”. Dificuldade em mudar de tarefa: Uma vez engajado em uma atividade, pode ser difícil transitar para outra, mesmo que seja necessário. Rigidez de pensamento: Preferência por rotinas e estruturas bem definidas, com desconforto ou ansiedade diante de mudanças inesperadas. Dificuldade em ver múltiplas perspectivas: Pode haver uma tendência a se apegar a uma única forma de pensar ou resolver um problema, com dificuldade em considerar outros pontos de vista. Dificuldade em planejar e antecipar: A transição entre etapas de um planejamento pode ser desafiadora, especialmente se houver imprevistos. Tudo isso significa que o planejamento do dia, as formas de se relacionar com os outros e as necessidades pessoais podem se tornar muito específicas e qualquer alteração gera um sofrimento psicológico importante. Quando compreendemos a diferença entre “má educação” e crises, o manejo muda e a tendência é a melhora do quadro clínico. O Hiperfoco é como uma “super concentração”. Imagine que você está tão focado em algo que o mundo ao seu redor simplesmente desaparece. Você não ouve, não vê, não sente o tempo passar. É como se você entrasse numa bolha onde só existe você e aquilo que está fazendo. Isso é o Hiperfoco ! Na Neurodivergência é possível observar: Dificuldade em iniciar tarefas: Paradoxalmente, a mesma intensidade que permite o hiperfoco pode dificultar o início de tarefas que não são imediatamente interessantes. Dificuldade em "desligar" do hiperfoco: Quando é preciso parar uma atividade em que se está hiperfocado, pode haver resistência, frustração ou até mesmo desorganização. Negligência de outras necessidades: Durante o hiperfoco, necessidades básicas como comer, dormir ou interagir socialmente podem ser esquecidas. Concentração seletiva: A atenção pode ser direcionada de forma muito intensa para interesses específicos, tornando difícil focar em assuntos considerados menos estimulantes. Os sinais nem sempre são tão claros , mas nada que um olhar clínico não consiga enxergar. A vida da pessoa com um diagnóstico pode ser muito mais difícil quando o cuidado é negligenciado ou quando ela recebe um tratamento inadequado por não se ter clareza do que está realmente acontecendo. Também é importante notar que essas características não são exclusivas de pessoas neurodivergentes e que a intensidade e a frequência com que se manifestam podem ser significativamente diferentes. Compreender essas nuances é fundamental para oferecer suporte adequado, desenvolver estratégias de enfrentamento e promover um ambiente mais inclusivo e adaptado às necessidades individuais. Se você se percebe “diferente” pode ser importante avaliar os impactos disso no seu cotidiano e, com cuidado, tudo fica mais fácil.
- Como o ambiente social afeta a saúde mental.
Segundo o DSM-5-TR , existem situações em que o próprio ambiente social se torna um fator que afeta a saúde mental. Enviado por: Jonatas Oliveira Somos seres sociais, e a qualidade das nossas conexões influencia diretamente como pensamos, sentimos e nos comportamos. Quando o entorno é marcado por hostilidade, isolamento ou rejeição, a mente e o corpo sofrem. No entanto, nem sempre é fácil identificar o impacto dos fatores sociais na saúde mental. Muitas vezes, já estamos tão habituados a certas realidades que acabamos por normalizar ou naturalizar contextos disfuncionais. Alguns exemplos: Morar sozinho: pode ser sinal de independência, mas também fonte de solidão e risco de depressão e ansiedade. Adaptação cultural: imigração, mudança de cidade ou inserção em novos grupos sociais podem gerar estresse, preconceito, choque cultural e sentimento de exclusão. Exclusão social e rejeição: o bullying *, o ostracismo ** e a falta de pertencimento podem destruir autoestima e identidade, levando a ansiedade e depressão. Conflitos comunitários: brigas entre vizinhos, desentendimentos em grupos religiosos ou de convivência geram desgaste contínuo e minam o senso de apoio. Bullying * é uma violência intencional e repetitiva, com agressões físicas, verbais, psicológicas ou sociais. Caracteriza-se pelo desequilíbrio de poder entre agressor e vítima, causando sofrimento. Ostracismo ** descreve a exclusão social e o isolamento em diversos ambientes (trabalho, escola, família, amigos), com impactos psicológicos significativos. E, como observamos, aquilo que para uns é um problema, para outros é apenas uma situação corriqueira. Problemas no ambiente social não são um transtorno mental por si só. Eles são condições externas que influenciam o bem-estar emocional e podem aumentar a vulnerabilidade a doenças mentais. Como o ambiente social afeta a saúde mental? A relação entre ambiente social e saúde mental é uma via de mão dupla: Impacto negativo do ambiente: rejeição, isolamento e hostilidade podem ser gatilhos para depressão, ansiedade e estresse crônico. Impacto dos transtornos: quando já existe sofrimento psíquico, a pessoa pode evitar interações e se isolar, o que agrava ainda mais os sintomas. O que pode ajudar? Construir novas conexões: buscar grupos de hobbies, atividades voluntárias ou espaços terapêuticos pode oferecer suporte. Aprender a lidar com os impactos da rejeição: a terapia ajuda a elaborar a dor do não pertencimento e fortalece a resiliência. Apoio psicológico: psicólogos podem auxiliar na solidão, tristeza e ansiedade social. Adaptação cultural: grupos de apoio e orientação profissional favorecem a integração em novos contextos. O ser humano não foi feito para viver sozinho. A busca por conexões sociais saudáveis é essencial para fortalecer a mente e o coração. Cuidar do ambiente social em que vivemos é cuidar da nossa saúde mental. Se você está passando por uma situação-problema no contexto social que tem afetado a sua saúde mental, busque ajuda profissional.
- "Tenho medo de mim"
Você já sentiu que o maior vilão estava do lado de dentro? Enviado por: Jonatas Oliveira A gente costuma descrever a depressão como uma tristeza sem fim, um cansaço que consome a alma ou um silêncio que engole a gente. Mas tem uma coisa que muita gente não percebe: o medo. Um medo que não vem de fora, mas de dentro da gente. O medo de si. “Tenho medo do que posso fazer comigo” Essa frase mostra uma dor profunda, onde a pessoa não se sente mais segura dentro da própria mente. O corpo não serve mais de abrigo, os pensamentos viram uma ameaça e a cabeça fica cheia de "fantasmas". Mesmo que os livros falem que a depressão é mais sobre tristeza, desânimo, problemas para dormir, cansaço e culpa, na prática a gente vê que o medo é um companheiro constante e muitas vezes ninguém fala sobre ele. Medo de si. Medo dos outros. Medo do amanhã. Medo de sentir tudo de novo. Medo que o pouco bem-estar de hoje não dure. Medo do que está por vir, mesmo que não tenha nada concreto apontando para isso. A pessoa com depressão pode não estar só triste, ela pode estar em pânico e continuar em silêncio. Pode ficar irritada em vez de apática, com raiva em vez de chorar. Muitos casos de depressão aparecem como impaciência, tensão nos músculos, sensação de que algo ruim vai acontecer a qualquer hora e desconfiança de tudo. E esse medo guardado e nutrido, muitas vezes, passa batido, é confundido com “mau humor” ou “gênio difícil”. Na depressão há medo. O medo de perder o controle. O medo de agir por impulso contra si. O medo de machucar quem está por perto. O medo de não conseguir manter a imagem de que está tudo bem. E, no meio de tudo isso, está a sensação de que algo dentro de si ficou incontrolável, como se tivesse uma força interna que a qualquer momento pudesse “tomar o volante”. Esse tipo de sensação precisa de alguém pra escutar com atenção. Não é drama nem exagero, mas uma experiência real, que pode indicar que a situação é bem séria. A pessoa com depressão pode sorrir e, mesmo assim, estar desabando por dentro. Pode estar produzindo muito e, ao mesmo tempo, sendo consumida por um medo constante de falhar, de decepcionar, de não aguentar mais um dia. Ela pode dizer que está “bem”, e minutos depois mergulhar num monte de pensamentos sombrios dos quais não consegue sair. Essa gangorra, entre momentos que parecem normais e momentos de pavor por dentro, é exaustiva. E muitas vezes faz a pessoa se sentir ainda mais sozinha. Afinal, como explicar um medo que nem sempre tem uma razão lógica? Uma parte fundamental do tratamento da depressão é poder dar nome a esse medo. Poder dizer, com segurança e acolhimento: “Eu sinto isso”, sem o risco de ser desconsiderado ou chamado de fraco, ingrato ou exagerado. A terapia tem esse papel: abrir espaço para que o medo não precise virar impulsividade ou algo que adoece. Quando é escutado, o medo pode deixar de ser um monstro e virar um sinal e um pedido legítimo de cuidado, de atenção e de mudança. A gente precisa parar com a ideia de que depressão é só tristeza. Falar sobre isso é um ato de coragem. E poder reconhecer esse medo é o primeiro passo para resgatar algo fundamental: a confiança de que é possível se sentir em casa de novo, sem guerra, sem ameaça.
- Maternidade solitária e a importância da rede de apoio.
A busca por autonomia na maternidade solitária é um caminho para a liberdade? Enviado por: Amanda Claudino Em tempos de redes sociais, é perceptível a existência de perfis focados em dicas para facilitar a maternidade, apresentando estratégias para as mães lidarem sozinhas com problemas da vida familiar. À primeira vista, parece interessante. Conseguir fazer as coisas sozinha traz um senso de autonomia, de independência e a liberdade de escolher como e quando fazer o que precisa ser feito. Por outro lado, faz com que as mulheres aumentem ainda mais a carga de responsabilidades que possuem ao longo de suas vidas. Com o desejo de resolver um problema, acabam se colocando em uma situação de isolamento, fazendo tudo, quando poderiam ou deveriam dividir a carga de responsabilidades. A comunidade no cuidado com crianças: O cuidado com crianças deve ser responsabilidade de toda a família e, de acordo com os preceitos de saúde seguidos pelo SUS, esse cuidado é responsabilidade de toda a comunidade. Não é que você vai colocar seus vizinhos para vigiar o sono de seus filhos ou definir as regras da sua casa, mas o senso de responsabilidade comunitária pode fazer com que sua vizinha que leva o filho para a mesma escola reveze com você quem leva e quem busca as crianças, ou ainda que aquele vizinho que passa a tarde conversando na calçada lhe avise quando seu filho estiver fazendo “coisa errada” na rua. Ah, Amanda, mas eu não quero dar o direito de outras pessoas opinarem na minha vida! Entendo, mas às vezes tais opiniões trazem uma sabedoria que ainda não adquirimos. Então ouvir e filtrar se aceitamos ou não é o mínimo a se fazer. Ter essa compreensão de que o cuidado é algo mais amplo e que deve ser dividido, vai te ajudar a pedir ajuda quando precisar. Mesmo que seja ao pai que também já tem uma grande carga de outras responsabilidades, ou para sua irmã que tira 5 plantões semanais no trabalho. Caso a pessoa possa ajudar, ela vai aceitar. Caso não possa, ela nega. Mas quem precisa indicar o que consegue ou não é a rede de apoio (toda e qualquer pessoa que te dê algum suporte). Por que não pedimos ajuda? Supor que o outro está cansado e sobrecarregado é um dos fatores que mais percebo com recorrência no consultório para que as pessoas não peçam ajuda. E as mulheres sofrem uma grande pressão social para performar o papel de mãe heroína. Acontece que este discurso de força esconde uma lógica de funcionamento social que nos isola e nos faz repetir padrões de funcionamento sem questionar. Quantas vezes você ouviu alguém dizer: “Ah, mas Fulana trabalha, cuida da casa e educou muito bem os filhos”. Ou então: “Minha mãe foi mãe e pai e estou muito bem hoje”. Esse tipo de discurso nos faz pensar que se a gente não consegue, a culpa é nossa. Então não paramos para pensar o porquê dessas mulheres precisarem ter sofrido tanto. Poderia ter sido mais fácil. Poderia ter sido mais tranquilo. Tem como criar bem os filhos num ambiente tranquilo e acolhedor, sem grandes aperreios e sem mãe a ponto de surtar. Para pensar… Quero compartilhar com vocês alguns pontos de reflexão que eu sempre levanto em consultório às mães cansadas que se culpam por não serem as heroínas idolatradas do passado: O que você ganha fazendo tudo sozinha? Pense em algo que seja ganho pessoal e para seu filho. O que você está ensinando ao seu filho se sacrificando desta forma? Quem está se beneficiando do seu sacrifício? Já que você resolve tudo, alguém está conseguindo descansar e fazer outras coisas da vida com o tempo livre que você proporcionou. O que você está deixando de fazer por si, para carregar tudo isso sozinha? Essa pergunta geralmente vem acompanhada da caixinha de lenço, pois geralmente a supermãe não está nada bem consigo mesma. E por último: faça as contas e veja se o sacrifício vale . Estar constantemente cansada para que outros descansem, está te fazendo alcançar algum objetivo a curto ou a longo prazo? Na psicoterapia, a maternidade é acolhida em sua complexidade. O trabalho do terapeuta se inicia com essas reflexões, mas precisa se aprofundar para planejamento de ações e estratégias que se encaixariam na realidade de cada uma dessas mães, ajudando a reduzir a sobrecarga da maternidade e promover bem-estar para ela e seus filhos. Sabemos que o bem-estar de mães e cuidadores de crianças depende muito do bem-estar da criança, mas ambos precisam ser priorizados, pois um cuidador cansado não promove um bom cuidado.
- Como os problemas financeiros afetam a saúde mental?
É essencial compreender os "problemas financeiros/econômicos" para avaliar o impacto das finanças na saúde mental. Enviado por: Jonatas Oliveira No DSM-5-TR , existe uma categoria específica para registrar quando os problemas econômicos afetam a vida de uma pessoa a ponto de se tornarem relevantes no tratamento ou no prognóstico em saúde mental. Essas dificuldades incluem desde a falta de alimentação adequada ( insegurança alimentar ) e de água potável, até situações de pobreza extrema, baixa renda, ausência de benefícios sociais, dificuldades com seguro de saúde ou previdência insuficiente. Exemplos comuns são as pessoas que não conseguem acessar auxílios governamentais por falta de documentos e as famílias que, mesmo recebendo benefícios, não conseguem suprir necessidades básicas. A falta de recursos cria ou agrava condições clínicas? A falta de recursos financeiros ou os problemas com a escassez não são apenas da ordem dos números. Eles têm consequências diretas na saúde mental e no bem-estar emocional. Pobreza extrema ou baixa renda: mais do que a falta de dinheiro, significa ausência de acesso à moradia, saúde, educação e segurança. Essa condição gera estresse crônico , prejudica a autoestima e limita as oportunidades de futuro. Falta de alimentos ou água potável: a insegurança alimentar causa ansiedade e preocupação constantes. Em crianças, a desnutrição pode comprometer o desenvolvimento cerebral. Dívidas e risco de falência: além da pressão financeira, surgem sentimentos de vergonha, fracasso e desespero. Muitas vezes, há associação com depressão e transtornos ansiosos . Insegurança financeira: mesmo pessoas de classes sociais mais altas podem sofrer com o medo de perder o emprego ou de não manter o padrão de vida, o que também gera estresse contínuo. A ligação entre finanças e saúde mental é uma via de mão dupla: a falta de recursos pode desencadear sofrimento psíquico, e o sofrimento psíquico, por sua vez, pode dificultar a organização financeira e a capacidade de buscar alternativas. Perceba que lidar com uma situação de escassez ou de problemas com finanças pode sim comprometer a saúde de modo geral: Estresse crônico : níveis elevados de cortisol, prejudicando corpo e mente; Depressão e ansiedade : sensação de desesperança e medo constante do futuro; Baixa autoestima : associar valor pessoal à condição financeira; Conflitos familiares e conjugais : problemas econômicos são uma das maiores causas de brigas em relacionamentos. O que fazer? Embora a solução nem sempre esteja ao alcance imediato, existem caminhos para aliviar o impacto emocional: Acesso a recursos sociais: buscar programas de apoio e políticas públicas disponíveis. Aconselhamento financeiro: planejar dívidas e reorganizar gastos com ajuda especializada. Terapia psicológica: trabalhar os efeitos emocionais da insegurança financeira. Rede de apoio social: manter vínculos familiares e de amizade para reduzir a sensação de isolamento. Aqueles que vivenciam dificuldades financeiras podem não conseguir discernir uma solução. Portanto, é crucial que quem percebe um descontrole financeiro, comportamento impulsivo com gastos, dilapidação de bens ou situações de vulnerabilidade em pessoas próximas, indique os caminhos para superar esse momento delicado. Importante! Ter dificuldades financeiras não significa, por si só, ter um transtorno mental. Entretanto, essas dificuldades podem aumentar muito o risco de desenvolver ansiedade, depressão ou outros quadros clínicos. Os problemas financeiros/econômicos podem influenciar o cuidado clínico . Cabe ao psicólogo ou psiquiatra avaliar se a situação financeira está impactando diretamente a saúde mental do indivíduo e registrar isso em prontuário para guiar o tratamento. Problemas econômicos, financeiros e de escassez não são apenas questões práticas: eles afetam a dignidade, a esperança e a saúde mental . Reconhecer esse impacto é o primeiro passo para buscar ajuda. Se você ou alguém próximo enfrenta essa realidade, saiba que não se trata de fraqueza pessoal, mas de uma condição que merece cuidado e acolhimento profissional.















