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  • Mãe é quem cuida, mas ela não precisa fazer isso sozinha.

    Sobre o que é este post: A questão da maternagem na atualidade e a necessidade de atenção às mulheres mães. A clássica frase “mãe é quem cuida” nos trás uma indicação muito forte de como as relações sociais enxergam o papel da maternagem. Este lugar de cuidado, sempre foi colocado sobre mulheres pelo seu papel primordial de amamentação, mas nem sempre foi apenas delas. No atual momento histórico, maternar tem um peso diferente do que tinha em outras gerações. O cuidado é dever exclusivo da mãe? Historicamente, o cuidado de crianças sempre foi responsabilidade de toda a família e muitas vezes até da vizinhança. Em comunidades tribais, toda a tribo fica responsável por cuidar, não só das necessidades básicas das crianças, mas também de desenvolver as habilidades necessárias para que ela se torne um adulto que possa colaborar com o funcionamento da sua comunidade. A questão da maternagem A questão é: o que aconteceu na nossa sociedade que fez com que hoje as mulheres sejam praticamente as únicas responsáveis pelo cuidado dos filhos? Com o avanço do modelo econômico capitalista e a industrialização do ocidente, por um movimento de isolamento das famílias que tinham um funcionamento em grandes grupos, incluindo família extensa, passando a considerar apenas os grupos mais próximos (pai, mãe e filhos), chamando-a de família nuclear, este modelo de família facilitou com que as pessoas que trabalhassem mais conseguissem juntar mais riqueza, porém, deixou os grupos familiares menores e com menor potencial de apoio nas tarefas do cuidado com a casa e com a vida. Isso acabou aumentando a carga de trabalho domésticos, pois eram menos braços para ajudar. E quando as mulheres começaram a precisar sair de casa para trabalhar, estes braços se tornaram ainda mais cansados, pois não tendo com quem dividir o serviço, elas acabaram apenas acumulando. Por isso, nas últimas décadas se tornou tão comum ver mulheres trabalhando fora e ainda tendo que cuidar de tudo em casa. O problema aqui é que isso ficou tão comum, que as pessoas normalizaram esse acúmulo de funções e hoje, acham “normal” a mulher viver constantemente ocupada, fazendo várias coisas ao mesmo tempo. É a mulher multitarefas . A mulher que faz tudo está bem? Nosso cérebro não é multitarefas. Ele apenas alterna entre várias atividades. E quanto mais ele divide a atenção e mais cansado o juízo (cérebro) estiver, mais erros a pessoa vai cometer. Ou seja: não é muito aconselhável viver no modo multitarefas. Por isso, se você é mãe, preste atenção se você tem dois ou mais dos seguintes sintomas: irritação constante , às vezes briga sem nem saber o motivo, tem dificuldade para adormecer , já acorda cansada , pensa constantemente nos afazeres da casa ou do cuidado com o filho, dor de cabeça frequente , dor nas costas ou ombros, dificuldade de concentração , esquecimento, sensação de que não fez nada durante o dia ou que não fez nada direito. Se encontrou alguns destes sintomas e se eles ocorrem com frequência, tenha mais atenção na sua rotina, pois você provavelmente está passando por uma sobrecarga mental. O ideal seria buscar ajuda de um profissional da psicologia, para que você comece a observar o que e como ajustar sua rotina. E principalmente, para entender como foi que você chegou neste ponto de se soterrar em tantas tarefas sem nem perceber, aprendendo a distinguir o que somente você pode fazer e o que pode distribuir para outras pessoas da casa. Além disso, é importante verificar se o alto nível de estresse da sua rotina não lhe trouxe alguma outra comorbidade, como transtorno de ansiedade , depressão , burnout, transtorno obsessivo compulsivo , transtornos alimentares ou algum outro transtorno do comportamento. Antes de ser mãe, você é uma pessoa e precisa ser cuidada. Caso você não tenha acesso a um profissional da psicologia, comece a observar atentamente na sua rotina o volume de coisas que você faz. Melhor ainda: anote tudo que você faz durante o dia. Todos os dias, ao longo de uma semana. Ao final da semana, observe tudo e verifique se tudo aquilo era realmente obrigação sua ou se poderia ser feito por outra pessoa que convive na mesma casa. Aos poucos, comece a redistribuir as tarefas, a buscar formas mais práticas de fazê-las ou escolher alguma delas para não fazer. Este exercício vai te ajudar a tomar consciência do tanto de atividades que acumulou sem nem perceber e a planejar melhor sua rotina. Mas não tente resolver tudo sozinha. Converse com as pessoas da casa sobre os sintomas que identificou e das estratégias que precisam ser tomadas pelo bem de sua saúde. Lembre-se: antes de ser mãe, você é uma pessoa e precisa ser cuidada. Além do mais, se você não estiver bem, não vai conseguir ajudar ninguém. Contribuição de Amanda Claudino  para este espaço.

  • As crianças ficaram de férias e os pais entraram em pânico?

    Sobre o que é este post: Colônias de férias oferecem algum alívio, mas nem sempre são uma opção. Ao longo de todo o mês de julho, vi dezenas de vídeos de humor mostrando o cansaço dos pais ao tentar manter a rotina normal da vida enquanto as crianças estavam nas férias escolares. Muitos clamando pelas sonhadas férias dos pais, que em geral não existem. Para os que podem custear colônia de férias ainda tem um pouco de descanso, mas nem sempre há essa opção. São muitos os desafios nos períodos de férias, que rendem vídeos super divertidos. Mas, por trás do humor, mostram como é difícil a tarefa de manter o nível de atividades da criança em casa enquanto se tenta manter uma rotina normal. O fato é que, não tem como manter a mesma rotina quando incluímos tantas outras tarefas novas nela. Cuidar de uma criança, mesmo que seja apenas uma, traz consigo uma lista de inúmeras tarefas que são necessárias, para além de manter a criança sã e salva. Cuidar, minimamente inclui alimentar, higienizar, atribuir atividades lúdicas para a criança, orientar sobre o que pode ou não enquanto a criança interage com a casa e dar um pouco de atenção. Isso é o mínimo, tá? E aí, como fica o papel de cuidado? Mas para além do necessário, a gente precisa pensar no possível. Muitas vezes é inviável fazer isso quando os adultos/responsáveis não têm duas férias ao ano, nem com a mesma duração.  E aí, como fica o papel de cuidado?  Quem vai ser o suporte enquanto a escola não está mais ocupando este lugar de oferecer um lugar seguro, com atividades que promovem o desenvolvimento da criança ou que pelo menos não deixe a criança grudada em telas o dia todo? Tal situação nos mostra como é importante ter uma boa rede de apoio, não só nas férias, mas o ano inteiro. A rede de apoio é todo aquele conjunto de pessoas ou instituições que nos ajudam a cuidar da criança, pois é necessário ter o máximo de ajuda possível para dar conta das necessidades básicas de uma criança. Estatuto da Criança e do Adolescente De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente , toda criança tem direito à vida e à saúde, direito à liberdade, ao respeito e à dignidade, direito à convivência familiar e comunitária, direito à educação, cultura, esporte e lazer, e direito à profissionalização e à proteção no trabalho. Imagina uma pessoa só ou apenas a família mais próxima tentando fazer tudo isso? Bem difícil, né? Então é importante ter em mente que o cuidado com as crianças deve ser pensado para que as responsabilidades sejam divididas entre muitas pessoas e tantas instituições quanto possível. Não só nas férias, mas ao longo do ano inteiro. Algumas dicas de como ampliar sua rede de apoio no cuidado com as crianças: Crie o hábito de realizar brincadeiras com grupos de crianças em que os pais possam se revezar para vigiar as crianças ou crie o hábito de levar seus filhos para brincar na casa de familiares que também têm crianças em casa. Desta forma, você terá um grupo de outros adultos que se disponham a dividir a tarefa de cuidar com você. Verifique quais instituições realizam atividades com crianças nas proximidades da sua casa. Normalmente os CRAS têm grupos de crianças, algumas associações de moradores também podem oferecer atividades lúdicas gratuitas. Enquanto a criança está nesta atividade, você terá uma horinha de descanso. Se puder custear, busque incluir seus filhos em algum tipo de atividade física, musical ou artística em geral. Mesmo que estes serviços também suspendam seu funcionamento nas férias escolares, as crianças podem treinar em casa, o que garante um tipo de atividade lúdica para entreter-lhes. A casa é de todos que usam É preciso incluir a criança nas atividades de autocuidado e de cuidados com a casa sempre que possível. A criança com autonomia para tomar banho, vestir a roupa, se alimentar, escovar os dentes, fazer as atividades escolares sozinha, vai demandar menos tempo e atenção dos pais, que terão mais tempo livre para continuar com suas rotinas. Incluir a criança em algum cuidado com a casa, como organizar o quarto, colocar roupa na máquina, estender roupas, lavar louça, etc, ajuda a desenvolver a noção de responsabilidade com os espaços coletivos (a casa é de todos que usam), mantém as crianças ocupadas com uma atividade útil, diminui a carga dos pais e ainda as preparam para a vida adulta. Lembrando que a ideia aqui é incluir uma ou duas atividades de cuidado ao dia, não deixar a criança responsável pela casa, tá? Enfim, pensar sobre a construção de uma rede de apoio que inclui outras pessoas, instituições e a própria criança é uma forma de diminuir a sobrecarga dos cuidadores, que mesmo sem terem férias, podem ter uma rotina mais leve.  As férias acabaram, mas a necessidade de descanso ainda existe, não é mesmo? Contribuição de Amanda Claudino  para este espaço.

  • É errado copiar a ideia do outro?

    Sobre o que é este post: A criatividade para soluções e a necessidade de autenticidade. Em muitas situações de nossa vida percebemos a necessidade de tomar decisões, mas nem sempre conseguimos por estamos cansados, sem criatividade, etc. Às vezes até temos uma boa ideia do que fazer, mas se algum amigo aparece com uma ideia melhor, isso nos faz repensar a decisão que tomamos. Já passaram por algo parecido? Se passaram, isso não quer dizer que você é preguiçoso, que não sabe tomar decisões ou que valoriza mais as ideias dos outros. A resposta para este fenômeno não é simples e trago algumas reflexões sobre este tipo de situação. Não sei o que fazer? Não saber o que fazer não te faz uma pessoa incapaz. A habilidade de resolução de problemas se desenvolve a partir de experiências pessoais, da observação da experiência de outros, de instruções recebidas de alguém ou ainda por instruções que você buscou em algum lugar. Se você não sabe como resolver um problema, isso quer dizer apenas que você precisa desenvolver uma habilidade nova. Simples assim. Você pode até pensar: "Ah, mas só tenho que aprender porque não sei!" Ok, mas não sabe porque ainda não precisou. Imagina que inútil desenvolver milhares de habilidades para uma possível utilização uma vez na vida sabe-se lá quando? Nosso cérebro é prático e econômico, ele jamais vai te deixar fazer isso! Então, trate de ser bonzinho consigo mesmo. Mudar de ideia! Saber o que fazer e mudar de ideia não te faz uma pessoa sem personalidade. Isso só fala da sua capacidade de reavaliar as opções disponíveis. Quando um amigo chega com sua estratégia, tal estratégia se torna mais uma opção para resolução de problemas para você. Contar com mais opções vai te fazer repensar e isso é natural. Se a ideia do outro for mais vantajosa, não existe regra alguma no mundo que te impeça de fazer igual. Mudar de ideia não te faz uma pessoa sem personalidade. 1º Copiar o outro não te faz menor. Deixar sua própria ideia pra seguir a do outro não tira o seu valor, desde que você faça isso de forma consciente e ponderada. Desde que te ajude a suprir a sua necessidade ou resolver seu problema. Não há uma regra no mundo que diga quantas vezes a mesma ideia pode ser usada. Imagina se em mundo com 8 bilhões de pessoas só fosse possível usar uma ideia um única vez? Parece sensato para você? 2º Às vezes até que sua ideia era boa, mas você não tem os equipamentos, o conhecimento, as habilidades ou o dinheiro necessário para colocar a ideia em prática. Se a ideia do outro se mostra mais simples e mais fácil de executar, a escolha mais inteligente é seguir como o coleguinha. A praticidade é um elemento muito importante no processo de resolução de problemas. Estou sempre copiando... e agora? Se for o caso de você se perceber preso em um dos extremos de sempre copiar o outro ou de não fazer nunca igual aos outros, peço que pense um pouco sobre isso. Replicar fórmulas que estão corretas é bem seguro, mas vai te deixar dependente de que outros pensem por você, pois seu cérebro vai se acostumar a esperar a solução vir de fora. Gosto de ser original sempre! Do contrário, se você sempre quer ser original, isso vai te deixar uma pessoa super criativa, mas pode ser bem cansativo e pode te fazer demorar muito para elaborar algo novo quando já existem soluções prontas para o que você precisa. Cada situação exige uma postura! O segredo está no equilíbrio. Quando houver tempo e energia, é importante estimular seu cérebro a buscar novas formas de resolver problemas, mas em situações emergenciais, replicar algo conhecido pode ser suficiente para o momento. Depois, com calma, você pode pesquisar na internet, conversar com pessoas mais experientes e elaborar melhor uma solução. A questão é que, sabendo disso, você vai ficar mais relaxado e tranquilo para usar essas estratégias quando precisar, sem se cobrar por inovação e criatividade em uma emergência ou sem ficar prolongando algo esperando pelos outros. Agora respondendo de forma mais objetiva a pergunta do título: não! Não é errado copiar a forma como os outros resolvem seus problemas, desde que você tenha certeza de que aquela forma é a melhor opção para aquela situação. Contribuição de Amanda Claudino  para este espaço.

  • Se você se esforçar, vai conseguir tudo o que quiser. Será?

    Sobre o que é este post: O reconhecimento das nossas possibilidades para ampliação da autorresponsabilidade. Já teve a impressão de que nenhum dos seus esforços para mudanças funcionam e que o mundo está te sabotando? Talvez a mundo realmente esteja te sabotando e eu vou te explicar. Nós, seres humanos, vivemos em grupos, dentro de comunidades. Por isso, somos constantemente afetados pelas pessoas ao nosso redor, pelas regras sociais, leis, cultura, lugar que vivemos e até o momento histórico. Então, quando tentamos mudar algo em nossas vidas, nossa ação isolada nem sempre será suficiente. Um exemplo: quero deixar de comer doce, mas as pessoas da minha casa continuam comprando doce e deixando disponível no armário, os amigos continuam festejando seus aniversários com bolo e brigadeiro, e parece que em todo lugar as pessoas oferecem doce como lembrancinha. Este exemplo é apenas um entre tantos que eu poderia trazer sobre situações em que o mundo não ajuda em nada nossos processos de mudança. Saber disto é um passo muito importante para que a gente não se sinta culpada ou frustrada por não alcançar nossos objetivos na velocidade em que planejamos. É preciso entender que o livre arbítrio, ou liberdade para decidir o que queremos de nossas vidas não é tão livre assim. Ele depende também da ação de terceiros. Logo, nada depende só de você. Estando ciente disso, somos capazes de tomar algumas atitudes para reduzir os impactos ou ainda se livrar dos efeitos que as outras pessoas têm sobre suas escolhas. Voltando ao exemplo em que a pessoa quer parar de consumir doces, ela poderia informar a todos que está fazendo esta restrição e pedir que as pessoas evitem trazer doces para casa, ou ainda que os amigos experimentem outras formas de comemorar o aniversário (indo a uma pizzaria, um piquenique no parque, etc). O ajustamento precisa acontecer considerando as pessoas ao redor e o que tem disponível para nossa cultura, condição financeira, tempo disponível, etc. Sempre dentro do limite daquilo que podemos controlar ou influenciar, fazendo o melhor que podemos, com as ferramentas que temos. É conhecendo bem a força que o mundo tem sobre você que você vai conseguir se ajustar de maneira consciente e saudável! Contribuição de Amanda Claudino  para este espaço.

  • Autocompreensão como antídoto para a Autocondenação

    Sobre o que é este post: O que fazer com a culpa que carrego com tanto carinho? Estes dias refletindo sobre processos de culpa de algumas pessoas próximas, percebi um padrão muito forte entre a necessidade de mudança que as pessoas percebem e a capacidade real delas em promover mudanças reais em suas vidas. Vou compartilhar aqui minha reflexão por partes. Parte I: Culpa Culpa é um sentimento que faz a gente se sentir mal por ter causado algum dano a terceiros, por descumprir acordos feitos, ou ainda ter agido em desacordo com regras e valores sociais. A parte inicial é o sentimento amargo que a culpa traz, em seguida, vem a percepção de responsabilidade com o dano causado: se eu causei isso, eu preciso tentar consertar ou minimizar o impacto das minhas ações. No mundo dos sonhos do seu terapeuta, você tomaria consciência do que pode ser feito para minimizar os danos, aprenderia com seu erro e seguiria sua vida. Mas na vida real, muitas pessoas ficam presas no mal-estar e não se mobilizam para resolver o que está dentro de suas possibilidades. Outras, tentam resolver da forma “ideal”. Parte II: Idealização O que consideramos ideal para reparar um erro, nem sempre está ao nosso alcance. Um exemplo simplório: quebrei um copo na casa de um amigo, então eu deveria dar outro exatamente igual para me redimir. Porém, quando começo a procurar pelo tal copo, vejo que ele saiu de linha. Aquele exato modelo não vende mais. E agora? Culpa amarga eterna por não achar o bendito copo? Este é o ponto em que me peguei refletindo esta semana: muitas pessoas ficam presas neste padrão de pensamento, tanto para suas culpas pessoais, como em mágoas que guardam de terceiros que “quebraram algo importante e não conseguiram repor”. Eu sei que o ideal seria tentar deixar tudo como era antes. Mas antes, não havia a ação que causou o dano, e por mais que você consiga deixar as coisas bem parecidas, elas não serão iguais. O dano existiu e precisamos pensar sobre qual a melhor forma de agir a partir de então. Eis alguns exemplos que percebo em amigos e consulentes: Fingir que nada aconteceu ou que a culpa não é sua. Tem gente que mente tanto para si que um dia acaba acreditando que realmente não fez nada de errado. Esquecer ou apagar o dano. O que não será possível, por mais que seja o que muita gente se esforce para que aconteça e gaste muita energia e tempo de vida com isso. Amenizar os danos dentro de suas possibilidades, mas sofrer por não alcançar o que seria o ideal: não ter nem errado. Amenizar os danos e tentar aprender com seu erro, tornando-se consciente de como o erro aconteceu e tentando não errar da mesma forma novamente. Esta última opção me parece bem cristã, inclusive. Lembrou muito minhas aulas na catequese. O fato é que para lidar com a culpa, é preciso ter foco nos processos de responsabilização. Ter consciência do que de fato está ao seu alcance. Aceitar a sua realidade de vida e evitar, o tanto quanto possível errar da mesma forma. Sim, é possível que a gente saiba como e porque errou, mas que continue errando por não ter condições materiais ou emocionais para lidar com a questão. No exemplo do copo, a pessoa que quebrou o copo poderia ser uma pessoa com TDAH, que tem dificuldade de manter atenção e causa alguns pequenos acidentes com frequência. Ou uma pessoa com outras questões fisiológicas que não consegue controlar, como perda de força física, problemas de visão, etc. Ainda assim, é possível pensar em formas de amenizar os danos e pensar em estratégias para tentar não cometer o mesmo erro, aceitando que vez ou outra vai errar por não estar no controle de fatores que causam os danos. Neste sentido, o trabalho de um psicoterapeuta se faz de grande ajuda, pois nós atuamos nos processos de conscientização de funcionamentos individuais, mas também ajudamos as pessoas a perceberem como sua fisiologia, o ambiente, momento histórico, economia e outros fatores que não temos controle estão afetando a situação em questão. Por fim, vamos nos lembrar de Sartre que nos alerta para a necessidade de estarmos conscientes de que não temos controle de como o mundo se organiza e como as outras pessoas agem, apenas da forma como vamos reagir ao mundo e às pessoas. Então, é importante ter consciência do que você pode e do que não fazer. O que de fato está ao teu alcance. Faz sentido para você? Contribuição de Amanda Claudino  para este espaço.

  • O peso das escolhas que não fazemos.

    Sobre o que é este post: Este texto nos convida a refletir sobre como a omissão diante de conflitos também é uma forma de escolha. A neutralidade não existe e eu trago bons argumentos sobre isso. Quando pensamos em uma pessoa neutra, a primeira imagem que vem à mente é uma pessoa que não se envolve em conflitos, tal qual Poncio Pilatos, se abstém de decidir por algo. Para ilustrar a situação, vou apresentar uma situação hipotética: Imaginem que um casal tem um filho pequeno, um garoto de 3 anos de idade. O homem está muito empenhado em tornar este garoto em um homem viril, e portanto, decide que vai orientar seu filho a ser sempre o melhor em tudo, mesmo que para isso, precise humilhar e ofender as pessoas “mais fracas que ele”. A mão não concorda com tais orientações, mas seguindo o princípio da neutralidade, decide que não vai interferir. Ela não quer tomar partido e se indispor com o marido. Partindo deste exemplo, lanço a seguinte pergunta: será que não tomar partido e/ou lavar as mãos é de fato manter neutralidade? De acordo com o filósofo existencialista Jean Paul Sartre, a resposta é não. Se você se abstém, isso não é considerado ser neutro, pois, é preciso considerar todas os elementos que podem intervir na situação. No exemplo acima, o pai seria uma grande influência, e ciente disto, não intervir significa permitir que ele continue agindo da forma que ele decidiu ser a melhor. Em resumo, não agir a tornaria cumplice dos atos do marido. Para Sartre, se abster é escolher que outros escolham por você. E sabendo o que o outro vai escolher, você está permitindo que ele faça o que bem entende. Tal posicionamento seria considerado uma falsa passividade, ou ainda, má-fé. Sim, ele usa o termo má-fé. Mas ele entende que as escolhas são parte da condição humana e que toda escolha traz grande responsabilidade. Não escolher pode ser visto como uma forma de fugir da responsabilidade pelo que escolhemos (ou nos abstemos de escolher). “Ah, mas eu decidi com base na minha religião! Ah, mas é a cultura do meu país! Mas é a costume da minha família...” Para o autor, essas afirmações também são tentativas de fugir da responsabilidade da sua escolha. Mesmo que exista uma grande pressão religiosa, cultural ou familiar, foi uma escolha sua acatar e reproduzir. Por isso, é importante ter consciência de que nossas escolhas e ações moldam quem somos e que precisamos nos responsabilizar por cada escolha feita, aceitando as consequências vindas delas. Até quando não escolhemos. Ao fim, é importante ter consciência do que escolhemos, como escolhemos, quem deixamos que nos influencie e quais valores no guiam, pois assim, teremos uma pequena noção de quem somos. Epa! E se eu perceber que sou uma maria mole, que se deixa influenciar por todo mundo? Então, é preciso lidar com as consequências desta descoberta. Vai se manter assim ou vai mudar a forma como faz suas escolhas? Isso aí, mais escolhas... Contribuição de Amanda Claudino  para este espaço.

  • Sabedoria antiga ou modernidade inovadora?

    Sobre o que é este post: Sobre como as diferentes gerações podem conviver em harmonia. Olá! Hoje trago uma reflexão sobre a polêmica questão da dificuldade dos jovens em entender as dificuldades das pessoas mais velhas. Vejo muitos vídeos nas redes sociais falando sobre como é importante que os jovens entendam o lado dos mais velhos, mas também de jovens reclamando que os mais velhos não os entendem. As queixas vêm dos dois lados e são queixas completamente fundadas na realidade e a Psicologia tem uma boa explicação para isso. A capacidade de compreender o ponto de vista do outro, vai muito além da famosa “empatia”, termo utilizado de forma muito inadequado nas redes sociais, mas isso é pauta para outro texto. Diante de uma situação conflituosa, ser capaz de analisar os fatos e responder de forma assertiva me lembrou dois conceitos já estudados pela Psicologia: a inteligência emocional e a sabedoria. Para os psicólogos e pesquisadores Salovey e Mayer, a inteligência emocional diz respeito à capacidade de perceber, usar, entender e administrar as nossas e as emoções dos outros, a fim de alcançar um determinado objetivo. Com tal habilidade, a pessoa consegue utilizar a emoção para lidar de forma eficiente com ambiente, escolhendo o comportamento mais adequado para cada situação. Na prática, em uma situação de conflito entre o que eu acho que é melhor ou o que uma pessoa mais jovem acha que é melhor, a inteligência emocional vai me ajudar a ponderar entre o que é o comportamento mais adequado para suprir as minhas necessidades e a do outro. E como isso seria possível? Eu teria que ter certeza da forma como me sinto em relação ao problema e tentar compreender o que o outro sente sobre a mesma situação, ouvindo-o de forma atenta. Aí sim, você terá dois pontos diferentes para refletir e pensar em diferentes soluções. Inclusive, ouvir as propostas de solução do outro também te ajudam a pensar na resolução mais viável. Como alguns devem ter percebido, para desenvolver a inteligência emocional é necessário que a pessoa tenha abertura para o novo e flexibilidade cognitiva. Isso quer dizer que é preciso renunciar a verdades universais e valores rígidos para conseguir ampliar a capacidade de compreender e manejar as emoções. Já a sabedoria, geralmente é relacionada à experiência e atribuída às pessoas mais velhas, mas uma pesquisa realizada por Baltes e colaboradores no Instituto Max Plank em Berlim, analisou a sabedoria enquanto habilidade cognitiva em pessoas de diversas idades e teve outros resultados: A sabedoria não é algo próprio da velhice, mas uma habilidade rara, que se desenvolve em poucas pessoas e se aprimoram ao longo da vida. Pessoas com esta habilidade tendem a ter amplo conhecimento de fatos e procedimentos sobre a condição humana, sobre estratégias para resolução de problemas da vida, têm consciência de que o contexto em que as coisas ocorrem pode influenciar no problema, que os problemas podem ser interpretados e resolvidos de formas diferentes, e consciência de que as pessoas escolhem as formas de resolver seus problemas com base nos seus valores, objetivos e prioridades. Na prática, em situação conflituosa, tal habilidade requer que a pessoa tenha vasto conhecimento sobre a condição humana (por livros e/ou aprendidas no convívio com pessoas), o que lhe dará um leque de opções de formas de entender e resolver problemas, e dependendo da forma como a situação se configura, será possível escolher a solução mais adequada ao momento. Isso, mais adequada, não a ideal. Idealizações não cabem aqui. Ao fim, vejam que além de experiência, a inteligência emocional e a sabedoria requerem abertura para o novo e flexibilidade cognitiva, sendo que experiência é mais comum em pessoas mais velhas, mas abertura ao novo e flexibilidade cognitiva são mais comuns em jovens adultos. E agora? Pessoas jovens, com pouca experiência, podem aprender com a experiência do outro, conversando diretamente com pessoas ou através da leitura de livros, vendo séries, novelas, etc. Pessoas mais velhas podem se treinar para reavaliar e renunciar a seus antigos valores e verdades. Não é fácil desenvolver e manter essas habilidades para pessoas de idade alguma, e para que isso ocorra, é preciso que exista um esforço consciente para manter um clima de convívio agradável entre pessoas de diferentes gerações. Ao fim, percebemos que para resolver conflito entre pessoas de gerações diferentes, é preciso inicialmente que exista boa vontade. Não existe geração certa ou errada, existem pessoas que decidem conviver em harmonia e aquelas que decidem tornar a vida um campo de batalhas. E também não cabe neutralidade aqui, pois o neutro permite que as coisas se mantenham da forma que está. E quando estamos em conflito, não intervir é deixar o conflito acontecer. E aí, qual a tua escolha: guerra ou paz? Contribuição de Amanda Claudino  para este espaço.

  • Quem recebeu o diagnóstico de TDAH precisa ser medicado?

    Sobre o que é este post: Não podemos ignorar a escuta, o acolhimento e o desenvolvimento de estratégias para lidar com o diagnóstico de TDAH. Embora o Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) tenha, em muitos casos, uma base neurobiológica reconhecida, seu manejo clínico deve ser sempre pensado de forma individualizada, contextualizada e integrada. Um equívoco comum é assumir que todo diagnóstico de TDAH exige, obrigatoriamente, o uso de medicação. Esse tipo de abordagem não apenas desconsidera a complexidade do sujeito, mas também enfraquece o papel da psicoterapia como eixo central de sustentação e cuidado. Psicoterapia A psicoterapia é a primeira linha de acolhimento e avaliação para muitos pacientes com suspeita ou diagnóstico de TDAH. É nela que ocorre o reconhecimento consciente dos padrões de funcionamento cognitivo, emocional e comportamental; a criação de estratégias personalizadas para lidar com as dificuldades de atenção, organização, impulsividade ou inquietude; a elaboração de histórias subjetivas marcadas por críticas, fracassos e autodepreciação, frequentemente vividas por esses pacientes desde a infância; e o apoio ao núcleo familiar, especialmente em crianças e adolescentes, com foco na psicoeducação, na comunicação afetiva e no manejo das rotinas diárias. Por meio da escuta clínica, torna-se possível identificar os elementos que intensificam o sofrimento. Algumas pessoas vivem em ambientes excessivamente exigentes, sofrem com relações negligentes e condições emocionais secundárias (ansiedade, depressão, baixa autoestima). Muitas vezes, o que aparenta ser um transtorno neurológico é, na verdade, a expressão sintomática de um ambiente disfuncional ou de uma trajetória marcada por experiências de invalidação. Importante! Não está anulada a necessidade de medicação quando ela é necessária. Psicólogos e Psiquiatras Há casos em que os sintomas do TDAH atingem níveis severos de prejuízo funcional, mesmo com suporte psicoterapêutico adequado. Nessas situações, a medicação não deve ser temida, mas compreendida como um recurso clínico válido e, muitas vezes, indispensável. Quando a medicação é apresentada como possibilidade de tratamento, é sinal de que há comprometimento acentuado do rendimento escolar, acadêmico ou laboral; há exaustão mental diante da própria dificuldade de foco e regulação; há risco de desmotivação, fracasso ou exclusão social; e as estratégias psicoterapêuticas já implementadas não produzem melhora suficiente, apesar do vínculo terapêutico e do esforço do paciente. Nesses casos, a combinação entre psicoterapia e farmacoterapia tende a potencializar resultados, oferecendo não apenas alívio sintomático, mas também a possibilidade de um engajamento mais ativo e eficaz nos processos terapêuticos. Psicoterapia e Psiquiatria caminhando juntas! Nem todo caso de TDAH demanda o uso de medicação. No entanto, quando indicado, o acompanhamento psiquiátrico ético e humanizado é imprescindível. O papel do psiquiatra não se limita à prescrição: ele inclui escuta, monitoramento, ajuste cuidadoso das doses, avaliação de comorbidades e, sobretudo, parceria com o psicólogo para garantir um plano de cuidado integral. A decisão pelo uso de medicamentos deve ser construída em diálogo com quem recebeu o diagnóstico ou com os responsáveis. Isso é feito com clareza sobre expectativas, riscos, benefícios e alternativas. Se possível, a integração é o melhor caminho para quem precisa de acompanhamento psicológico e psiquiátrico. Então, cada caso receberá o tratamento adequado! O tratamento do TDAH deve ser sempre pensado como um modelo integrado de atenção em saúde mental. A psicoterapia não é opcional. Ela é a base do cuidado. A medicação, quando necessária, atua como uma ferramenta auxiliar, capaz de restituir ao paciente a possibilidade de investir com mais liberdade em sua vida, seus projetos e seus relacionamentos. O mais importante: não deixar de tratar o que precisa ser cuidado! Contribuição de Jonatas Oliveira  para este espaço.

  • Expressar, escrever e se conhecer

    Sobre o que é este post: A escrita terapêutica pode ser a sua forma de expressar o que sente. Falar sobre emoções e sentimentos é fundamental para o nosso bem-estar emocional. Já discutimos por aqui a importância de acolher e dar espaço a essas experiências internas. Caso você ainda não tenha lido esse conteúdo e tenha interesse, ele continua disponível por aqui . Entre as diversas formas de expressão emocional, a escrita se destaca como uma ferramenta poderosa. Colocar no papel aquilo que sentimos pode ser um caminho para compreender melhor o que se passa dentro de nós. Escrever ajuda a organizar pensamentos, aliviar tensões e promover o autoconhecimento. Essa prática não exige regras ou técnicas específicas. É algo pessoal, íntimo e livre. Pode ser feita em um caderno, em um aplicativo de notas ou até mesmo em uma folha solta. O importante é permitir-se sentir e transformar esses sentimentos em palavras. É importante lembrar que cada pessoa tem seu tempo e sua forma de se expressar. A escrita pode não funcionar para todo mundo, e tudo bem. Mas, para quem se identifica com esse meio ou sente que pode ser útil neste momento, vale a pena experimentar. Dar voz aos próprios sentimentos pode ser um ato de cuidado, de escuta e de acolhimento. E talvez, ao escrever, você descubra um novo jeito de estar mais perto de si mesmo. Contribuição de Jéssyca Martins  para este espaço.

  • Estou sendo acolhida ou manipulada?

    Sobre o que é este post: A necessidade de reconhecer manipulação e controle em relacionamentos. Você já se pegou pensando: "Será que isso é cuidado ou controle?" Às vezes, gestos que aparentam zelo podem causar desconforto. Nesses momentos, é importante se perguntar: como eu me senti com isso? Mais do que rotular o comportamento do outro, o essencial é reconhecer o impacto emocional que ele causou em você. Se algo que foi dito ou feito te fez sentir mal, invadida ou desrespeitada, esse sentimento merece atenção. Entrar em contato com suas emoções é o primeiro passo para compreender seus limites e expressá-los com clareza. Comunicar ao outro aquilo que te incomodou é um ato de coragem e cuidado consigo mesma. Desde a década de 1970, feministas vêm travando lutas fundamentais para dar visibilidade à violência contra a mulher — uma pauta ainda urgente nos dias de hoje. Apesar dos avanços, o machismo continua profundamente enraizado em nossa cultura, e a violência de gênero, infelizmente, ainda faz parte da realidade de muitas mulheres. Romper esse ciclo exige consciência e ação. Homens e mulheres têm um papel importante na construção de uma sociedade mais respeitosa e igualitária. Se você, mulher, se sente desrespeitada em seu relacionamento, saiba que não está sozinha. Buscar apoio profissional pode te ajudar a compreender essa vivência, fortalecer sua autoestima, resgatar seu amor próprio e estabelecer seus limites com firmeza. Respeito não é um luxo — é um direito. Contribuição de Jéssyca Martins  para este espaço.

  • Psicoterapia também exige cuidado na escolha do profissional.

    Sobre o que é este post: Uma experiência negativa não deve anular as suas novas possibilidades. Você pode recomeçar? Ter uma experiência negativa com um profissional da saúde pode ser profundamente frustrante e doloroso. Quando isso acontece dentro do contexto da psicoterapia, onde se espera acolhimento, escuta e cuidado, a decepção pode ser ainda maior. Se isso aconteceu com você, quero começar dizendo: sinto muito, de verdade. Lidar com um atendimento insensível ou mal conduzido pode abalar a confiança não apenas naquele profissional, mas em toda a prática da psicoterapia. E isso é compreensível. No entanto, gostaria de te convidar a considerar, com carinho, a possibilidade de dar uma nova chance a esse processo. Psicoterapia é, acima de tudo, uma construção de vínculo — e cada psicólogo tem uma abordagem, uma escuta e uma presença únicas. Meu desejo é que, em um próximo encontro terapêutico, você encontre alguém acolhedor, ético e comprometido com o seu bem-estar. Que esse novo profissional te inspire confiança, respeito e cuidado. Espero sinceramente que você possa viver uma experiência transformadora na psicoterapia. Que se sinta seguro(a) o suficiente para compartilhar o que há de mais valioso em você: sua história, suas dores, suas conquistas e suas necessidades. Porque você merece ser ouvido(a), respeitado(a) e cuidado(a) com empatia e responsabilidade. Sua jornada de autoconhecimento e cura merece continuar — com quem, de fato, esteja preparado para caminhar ao seu lado. Contribuição de Jéssyca Martins  para este espaço.

  • Você não está sozinha.

    Sobre o que é este post: É possível sair de uma relação abusiva! Infelizmente, ainda precisamos falar sobre violência contra a mulher. Todos os dias, mulheres são vítimas de diferentes formas de agressão, muitas vezes dentro de seus próprios lares, vindas de quem deveria cuidar e proteger. É um tema doloroso, mas necessário. E se você, mulher, chegou até aqui com dúvidas, angústias ou em busca de um sinal: saiba que sim, é possível sair de uma relação abusiva. E mais do que isso, você merece viver uma vida segura, livre e com dignidade. Você já percebeu que ele te afasta da sua família e amigos? Que te machuca, física ou emocionalmente, e depois pede desculpas como se nada tivesse acontecido? Que te humilha, te diminui na frente das pessoas ou em particular? Você já se olhou no espelho e sentiu que não se reconhece mais, deixou de fazer o que gostava, parou de ir a lugares que te faziam feliz? Esses são sinais de alerta. A violência nem sempre começa com um tapa. Muitas vezes, ela é silenciosa, começa com palavras, com controle, com manipulações sutis. E existem diferentes formas de violência: Física : agressões, empurrões, tapas, socos, queimaduras, entre outros. Psicológica : humilhações, ameaças, manipulação, isolamento, desvalorização. Sexual : obrigar a ter relações sexuais sem consentimento, uso de chantagens, exposição. Patrimonial : controlar ou tomar seus bens, documentos, dinheiro, impedir de trabalhar. Moral : ofensas, calúnias, difamações que afetam sua reputação e dignidade. Os impactos dessa violência vão muito além do que se vê. As consequências podem ser físicas (hematomas, inflamações, doenças crônicas), mentais e emocionais (ansiedade, depressão, estresse pós-traumático, baixa autoestima, isolamento), e até sexuais (dor, infecções, transmissão de ISTs, entre outras). Mas sair de uma relação abusiva não é simples, e você não precisa se sentir culpada por isso. Há desafios reais como: O ciclo da violência, que confunde e mantém o vínculo com o agressor; A dependência emocional ou financeira; O medo do julgamento e a falta de apoio familiar ou social; A dificuldade de acesso a serviços de saúde, justiça e assistência social. Apesar disso, existem caminhos possíveis e redes de apoio. Há profissionais preparados, grupos de acolhimento, instituições e políticas públicas voltadas à sua proteção. Você tem o direito de buscar ajuda e reconstruir sua vida, no seu tempo, com respeito e segurança. Você merece viver em paz. E não está sozinha! Contribuição de Jéssyca Martins  para este espaço.

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